Zé Braz ainda não possui propostas partidárias

Vereador que se declara independente elabora contestação de expulsão do Partido Verde

 

 

Ígor Borges

 

Após ser comunicado oficialmente de sua expulsão do Partido Verde (PV), Zé Braz elabora contestação. A direção da sigla alega infidelidade partidária em decisões tomadas pelo vereador. 

A expulsão foi protocolada e lida durante a reunião da Câmara na tarde desta terça-feira, 24, pelo presidente do partido em Divinópolis, o também vereador, Rodyson do Zé Milton. 

Questionado pelo Agora, Zé Braz destaca que ainda não recebeu propostas de novos partidos, e que seu compromisso é com a população. 

 

Futuro

 

O futuro do vereador ainda é incerto. O parlamentar tem até 15 dias para recorrer da decisão. Zé afirma que ainda não há movimentação para uma possível troca de partido. 

— Ressalto para toda a população que continuarei trabalhando com muita austeridade e compromisso por nosso povo, seja na área da saúde, para nossas comunidades rurais e, como sempre digo, de fora para dentro, onde o poder público por vezes não alcança — relatou. 

Ele comenta que está em contato com sua assessoria jurídica para a elaboração de uma contestação. 

Questionado quanto ao seu posicionamento político em Divinópolis, o vereador diz que é independente e que suas decisões são a favor da população. 

— Meu compromisso não é com o Executivo, e sim com a população. Não tenho nenhuma obrigação de votar com o Executivo. Sou independente e voto a favor da população de Divinópolis — ressaltou. 

 

Expulsão 

 

Rodyson pontuou, em entrevista ao Agora, que o processo de expulsão foi realizado pela direção estadual do PV. O motivo da decisão seria uma infidelidade partidária de Zé Braz, em atitudes e decisões tomadas pelo parlamentar. 

— Há algum tempo o Zé Braz está sendo orientado pelo partido, em decorrência de diversos casos, em que ele votou contra as orientações do partido, mas sempre conversamos com ele e orientamos. Porém agora, essa decisão de expulsá-lo foi acatada — destacou. 

O PV é base do governo federal. Zé, no entanto, se mostrou a favor de políticos da oposição ao chefe do Executivo Nacional, como Domingos Sávio (PL), Cleitinho Azevedo (Republicanos) e Gleidson Azevedo (Novo).

— A sindicância foi aberta pela Comissão de Ética. Daí foi feita uma busca de documentação e de arquivos de conversas, tanto em Plenário, quanto em redes sociais — acrescentou Rodyson. 

 

Processo 

 

Zé Braz tem 15 dias, a partir da leitura da decisão, para recorrer da decisão. Se for acatada, o vereador corre o risco de perder o mandato. Caso o processo de cassação seja finalizado, Washington Moreira (PV) é o primeiro da fila para assumir a vaga. O primeiro suplente da sigla teve 1.092 votos nas últimas eleições.

— O mandato é do partido. Nós estamos cumprindo a legenda. Sem partido, o vereador não pode exercer seu pleito — afirma Rodyson do Zé Milton.

 

Detalhes

 

No parecer da Comissão de Ética do PV de Divinópolis, a infidelidade partidária é o principal motivo para expulsão de Zé Braz do partido. 

— Suas decisões e posturas divergentes em votações-chave no legislativo municipal demonstraram uma desconexão entre sua atuação política e os ideais que o partido defende, configurando assim um desrespeito ao compromisso de fidelidade partidária — destaca o documento. 

De acordo com o parecer, a ação mais grave foi o descumprimento do vereador perante a orientação do partido durante a eleição da Mesa Diretora da Câmara Municipal, em novembro de 2022. 

— [...] o presidente do Partido em Divinópolis, vereador Rodyson do Zé Milton, então pré-candidato a presidente da Casa, não viabilizou a formação da chapa pela falta de apenas uma assinatura, justamente a do referido vereador do mesmo partido — pontuou. 

 

  

 

 

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