Você conhece o pedreiro Waldemar? Faz tanta casa, e não tem casa pra morar...

 

Rotativa

Pensava eu que, nesta altura da vida, quase nada me provocaria susto, curiosidade e grandes emoções. 

Mais um, entre tantos enganos meus. Aconteceu que o padre José Raimundo Batista Bechelaine registrou artigo, no mínimo provocante, neste Jornal Agora, onde sempre escreve. 

A matéria em foco ganhou dele o título : 

 “O país da acepção de pessoas”.

Instigante, e provocante, lembra ele que setembro é o mês de o ipê florir, é o mês da Bíblia Sagrada, além de ser setembro o mês do “Grito dos Excluídos”.

Lembra ele que, nos últimos domingos, a segunda leitura bíblica tem focalizado a epístola do apóstolo Tiago. O texto focaliza delicado e sempre adiado tema sobre a discriminação entre pobres e ricos. O instigante texto convidava a uma reflexão sobre o confronto entre 7 de setembro e a Sagrada Palavra. E lembra que, embora seja uma nação assumida como cristã, nem sempre vive o cristianismo.

Lembra o texto que mora-se nas favelas, no morro, na rua. E é fácil se descobrir a diferença de tratamento dispensado às diferentes categorias socioeconômicas na moradia, na alimentação, na saúde. E mais: registra com ênfase a diferença de tratamento dispensado ao pobre e ao rico, no item educação – refinada para o rico, e sucateada para o pobre. E na alimentação, enfatizo eu. E...

Enfim, segundo o texto, a diferença em moradia, saúde, educação, alimentação e respeito, e muito mais, a diferença social no atendimento e tudo o mais, fica registrado, sem contraditório algum, na diferença entre pobres e ricos no tratamento humano a nossos irmãos.

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Registros graves por gente da maior credibilidade e esperança, lembram e assinam em baixo. Bom lembrar e não se esquecer:

 >>> João 12:8: “Quanto aos pobres, vós sempre os tereis convosco, mas a mim, vós nem sempre tereis”;

 >>> Deuteronômio, capítulo 15, versículo 11: “Nunca deixará de haver pobre na terra; é por este motivo que te ordeno: abre a mão em favor do teu irmão, tanto para o pobre, como para o necessitado da tua terra”;

>>> Marcos, capítulo 14, versículo 7: “Quanto aos pobres, sempre os tendes ao vosso lado, e podeis ajudar todas as vezes que o desejardes, mas a mim, nem sempre os tereis”.

Esta, apenas uma amostra de um universo triste e injusto.

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Ilustrando e amenizando, e convidando à reflexão:

São Francisco

 

Lá vai São Francisco

Pelo caminho

De pé descalço

Tão pobrezinho

Dormindo à noite

Junto ao moinho

Bebendo a água

Do ribeirinho.

 

Lá vai São Francisco

De pé no chão

Levando nada

No seu surrão

Dizendo ao vento

Bom dia, amigo

Dizendo ao fogo

Saúde, irmão.

 

Lá vai São Francisco

Pelo caminho

Levando ao colo

Jesus Cristinho

Fazendo festa

No menininho

Contando histórias

Pros passarinhos.

 

Lá vai São Francisco

Pelo caminho.

OS POBRES

 

AÍ VÊM PELOS CAMINHOS

DESCALÇOS, DE PÉS NO CHÃO,

OS POBRES QUE ANDAM SOZINHOS,

IMPLORANDO COMPAIXÃO.

 

VIVEM SEM CAMA E SEM TETO,

NA FOME E NA SOLIDÃO:

PEDEM UM POUCO DE AFETO,

PEDEM UM POUCO DE PÃO.

 

SÃO TÍMIDOS? SÃO COVARDES?

TÊM PEJO? TÊM CONFUSÃO?

PARAI QUANDO OS ENCONTRARDES,

E DÁ-LHES A VOSSA MÃO!

 

GUIA-LHES OS TRISTES PASSOS!

DÁ-LHES, SEM HESITAÇÃO,

O APOIO DE VOSSOS BRAÇOS,

METADE DE VOSSO PÃO!

 

NÃO RECEIES QUE, ALGUM DIA,

VOS ASSALTE A INGRATIDÃO:

O PRÊMIO ESTÁ NA ALEGRIA

QUE TEREIS NO CORAÇÃO.

 

PROTEGEI OS DESGRAÇADOS,

ÓRFÃOS DE TODA A AFEIÇÃO:

E SEREIS ABENÇOADOS

 Por UM PEDAÇO DE PÃO.

Olavo Bilac

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