Vendas de carros zero crescem na cidade

Comércio de usados está em baixa, na espera de como o mercado vai reagir

Jorge Guimarães 

O governo federal anunciou, em 25 de maio deste ano,  um programa de benefícios tributários para reduzir o preço final dos carros populares em até 10,96%.  A medida, que vem com desoneração do  Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Confins), é válida somente para automóveis de até R$ 120 mil. A iniciativa pode fazer com que os veículos populares novos voltem a custar menos de R$ 60 mil.

Para oficializar o programa, o governo federal publicou, no último dia 6, a Medida Provisória (MP) 1.175, que concede créditos tributários a montadoras de carros que fornecerem descontos aos seus veículos. Lembrando que o programa tem estimativa de durar quatro meses, mas pode acabar em menos tempo, desde que as montadoras esgotem o crédito de R$ 500 milhões do governo. As montadoras que aderiram ao plano do governo foram: Volkswagen, Truck, Mercedes-Benz, Scania, Fiat Chrysler, Peugeot Citroen, Volvo, Ford e Iveco. Dentre elas, a Fiat é a que tem mais versões diferentes, 22 no total, distribuídas entre os modelos Mobi, Argo, Cronos, Pulse, Fastback, Strada e Fiorino. Depois da marca italiana, aparecem Volkswagen, Renault e Chevrolet, com cinco modelos cada uma.

 

Divinópolis

A reportagem ouviu concessionárias e agências de automóveis seminovos. A procura por veículos novos, dentro dos parâmetros do governo, cresceu, enquanto as vendas de carros usados, que já vinham em baixa, caíram para algumas e se manteve para outras.  

— A queda na venda de usados já vem desde o ano passado. Agora, com as medidas do governo, para nós caíram ainda mais, em torno de 20% a 30%. Mas o que estamos sentindo é que o consumidor ainda está esperando o que vai acontecer realmente, todos estão com um pé atrás, aguardando ainda por novas informações, sobre quais modelos, marcas e outros quesitos mais — avaliou o gerente de tradicional revenda de usados na cidade, Alexandre Andrade.

Em outra revenda de usados, as vendas ficaram estáveis, à espera de como o mercado vai reagir. 

— A venda de veículos, em geral, está em queda desde a pandemia e continuou mesmo depois dela acabar. É como eu expliquei para um cliente, o valor de perda do usado, em relação ao novo, que será gradativa, deve cair na faixa de R$ 500 a R$ 600, conforme a marca e o modelo, no que não deve afetar tanto a comercialização dos mesmos. Mas, no momento, nossas vendas estão estáveis, sem nenhuma alteração em comparação com os meses anteriores. Agora é esperar como o mercado vai reagir  — comentou o vendedor Daniel Souza. 

Já em uma concessionária tradicional da cidade, a realidade é outra, com a procura por carros zeros crescendo em relação aos outros meses.

— A procura pelos carros zeros, abaixo de R$ 120 mil, que entraram nas novas medidas do governo, aumentou. Com isso, as vendas também estão com um ótimo resultado, sendo o Onix, o carro mais vendido, e vem com atrativo de R$ 10 mil em desconto, além da Chevrolet ainda ter um plano especial de entrada e mais financiamento a juros zero — definiu o gerente da concessionária, Samuel Veloso Rocha Soares.

Em uma das mais antigas concessionárias da cidade, as vendas dispararam a partir da última semana e a movimentação no salão de novos é intensa durante o dia.

— Nossas vendas cresceram em torno de 30% a 40% nos últimos dias, com o movimento superando nossas expectativas. Como a Fiat tem 21 versões de modelos dentro do programa do governo, ficamos com um mix variado para atender nossos clientes. Mas o Mobi é o carro mais vendido. Ele, que custava na faixa de R$ 70 mil, hoje vendemos por R$ 58,900 — concluiu a gerente de vendas, Nilce Araújo.





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