Varejo Fashion

BLOCO DE MODA

Wagner Penna

 

Varejo Fashion

Apesar do aumento dos casos de covid-19 no país, o nível de vacinação já alcançado na maioria das regiões brasileiras (perto de 70%, em média) está renovando as esperanças de vendas no varejo. No caso da moda, essa sinalização positiva ficou ainda mais clara – bastando citar que o setor liderou a preferência do consumidor na compra de presentes natalinos.

Curiosamente, esses bons ventos estão contemplando tanto o varejo físico (quase 56 mil novos pontos de vendas foram abertos ou reabertos no país, em 2021), enquanto as vendas on-line mantiveram sua curva ascendente (algo como 48% de crescimento, desde o início da pandemia).

O reflexo disso é que o perfil das vendas diretas ao consumidor, na moda brasileira, foi redesenhado – e ganhou força. No macro exemplo, temos o número incrível de compras, fusões e parcerias novas no setor (a exemplo da união da Arezzo + Reserva + outras marcas)  e, também, no micronegócio (caso da São Paulo Fashion Week, que abriu sua loja na Amazon para vender os produtos lançados na promoção paulista). Nesse exemplo, parece que é um  caminho que poderá ser seguido também por outros salões (caso da nossa Minas Trend), a mais importante feira de moda mineira.

Tudo isso vale dizer que não importa o tamanho de uma marca de moda e nem o produto que oferece ao mercado. O importante, no momento, é juntar-se a um marketplace poderoso e com boa credibilidade para vender e distribuir seus produtos. É uma forma entrar nessa onda,  crescendo com esse varejo mais aberto, mais abrangente e mais democrático. 

 

VAIVÉM

* Os negócios nos shoppings centers do país voltaram a crescer.  Por isso mesmo, algumas fusões começam a acontecer. Em Minas, a paulista XP Malls acaba de comprar parte do Shopping Estação (na região norte de Beagá), por R$ 150 milhões. Enquanto isso, a BR Malls e a Aliansce Sonae estão quase concluindo uma fusão, para criar o maior conglomerado de "malls" no país, com 58 deles em 16 estados e mais de 10 milhões de metros de área bruta locável. Detalhe: a  maioria deles tem na moda o seu principal produto (em alguns chega a 70% das lojas).

 

  • A baixa na importação de produtos têxteis chineses em 2020 (reflexos da pandemia) fez o setor crescer por aqui. A saber: o Brasil registrou aumento de produção de têxteis (principalmente malharia) em 20%, suprindo uma demanda que permitiu ao setor de vestuário crescer 17% em 2021. É um sinal longínquo do quanto é importante o resgate do parque têxtil genuinamente nacional.

 

PONTO FINAL. 

O marketing digital vai dando seus sinais  de esgotamento. Pelo menos em alguns segmentos produtivos (como o da moda), as mensagens pagas pelas redes sociais estão sendo substituídas pelo antigo sistema de catálogos e malas-diretas, impressos, com retornos surpreendentes. Feitas as contas, os especialistas estimam que o preço sai bem mais em conta. Na comparação entre o preço por clique e o preço por unidade de catálogo, este último fica até 6 vezes mais barato. Nas operações regionalizadas, essas cifras são ainda mais vantajosas para o impresso.

 

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