Treino é Treino

Da Redação

Existe uma expressão brasileira que diz: “treino é treino, jogo é jogo”. Em outras palavras, o treino é de extrema importância, mas é na prática, após o som do apito, que começam a valer de fato o esforço e o empenho, pois o que conta são os resultados. Esse ditado se aplica perfeitamente à política. Campanha é campanha, mandato é mandato. Campanha eleitoral é importante? Sim! Mas é depois do dia 1º de janeiro, depois da posse, que começa a valer de fato. Na campanha, o que não faltam são promessas. O bom e velho “se eu for eleito” ou o “população, me dê seu voto de confiança” continua tão forte quanto nunca, e é justamente neste momento que o povo é enganado. Em Divinópolis, por exemplo, não faltaram promessas: desde a resolução dos constantes problemas com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), valorização dos servidores públicos municipais, redução para apenas 100 cargos comissionados nomeados na Prefeitura. Mas, como treino é treino, e campanha é campanha, hoje, no início do terceiro ano de mandato da atual gestão, metas ainda precisam ser cumpridas.

A Copasa continua tão ativa quanto antes, a Prefeitura já tem 158 cargos comissionados nomeados e os servidores públicos, todo ano, precisam lutar pelos seus direitos. É como dizem por aí: treino é treino. Apenas quando o árbitro apita o início do jogo é que a coisa muda. Fazer promessas, pedir votos, gritar aos quatro cantos do mundo “eu vou fazer isso”, qualquer um faz, mas, na hora de mostrar resultados, a história é outra. E em Divinópolis o que não faltam são políticos que gostam apenas de treinar. Treinam, comemoram gols que pouco ou nada valem e levantam taças invisíveis. Mas, quando o assunto é jogo, a realidade, infelizmente, não condiz com o discurso. Sem sombra de dúvidas, o Brasil estaria em outro patamar se todas as promessas de campanhas tivessem sido cumpridas. Ah, se o treino na verdade fosse o jogo, isso, sim, daria gosto de ver - e votar. A cada dois anos, os políticos mostram que o jogo na verdade é só um treino, e de baixo nível técnico. Tomando como exemplo a situação da Copasa em Divinópolis mais uma vez, somente depois de a companhia ter suspendido o abastecimento de água 14 vezes durante o mês de fevereiro, em diferentes pontos da cidade, e depois de os moradores inundarem as redes sociais com reclamações, foi que os vereadores e prefeito começaram a se movimentar. Um belíssimo treino. 

Se a situação vai mudar, se vai melhorar? Impossível saber. Mas é possível afirmar, de olhos fechados, que o amadorismo toma conta da política e que o povo está à sua própria sorte. O ano mal começou e os velhos problemas assombram Divinópolis. Até que, um dia, o jogo seja levado a sério e a população consiga eleger políticos capazes de administrar uma cidade, o jeito vai ser se contentar com o treino. Porque os que hoje ocupam cargos na política são bons para fazer campanha, mas, para conduzir um mandato e cumprir as promessas, nem todos têm a mesma competência. 

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