TBT importante nesta semana de carnaval

TBT importante nesta semana de carnaval

 

Laiz Soares

Dois anos atrás, vivi um dos melhores carnavais da minha vida, não somente pelas pessoas incríveis com quem compartilhei esse momento, a energia única do carnaval ou as músicas típicas dos bloquinhos. Em 2020, tive meu melhor carnaval pois nele pude aproveitar esse momento de festa, incentivar a conscientização e apoiar outras mulheres no combate à violência contra mulher por meio do projeto Nenhuma Mulher a Menos.

Pelas ruas de Divinópolis, em meio a muita celebração, vi a nossa população exigindo o combate ativo aos crimes de violência doméstica e feminicídio. Vi homens e mulheres de diferentes idades dedicados a conscientizar outras pessoas sobre o que são  relacionamentos abusivos, quais são os tipos de violência contra mulher e como denunciá-las. 

Mesmo após dois anos, ainda recebo mensagens sobre o carnaval de 2020 ‒ ele realmente foi um momento singular diante de todas as dificuldades que tivemos no decorrer do ano. Em 2022, o carnaval ainda não voltou e não revivemos essa campanha tão importante, mas a violência contra mulher continua e o seu combate não pode parar em nenhuma circunstância.

 

No meio das múltiplas manifestações que a violência contra a mulher pode tomar, sem dúvida a violência doméstica é uma de suas facetas mais cruéis e mais presentes na vida social. 

Os relacionamentos abusivos estão mais ao nosso redor do que o alcance dos nossos olhos mostram. Humilhação, desvalorização, deboche, ironia e desrespeito são atitudes que machucam e devem ser reportadas. Ciúmes excessivo, sentimento de culpa e inferioridade não devem fazer parte de um relacionamento. Se você conhece alguém que esteja em uma situação semelhante, procure conversar e ajudar. 

 

Somente no ano passado, cerca de 44 mulheres sofreram algum tipo de agressão por dia. Em 2021, houve o segundo maior número de denúncias registradas por violência doméstica nos últimos 12 anos, com mais de 16 mil casos.

Quando falamos sobre feminicídio os números também são alarmantes. O Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de feminicídio, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. Apenas no primeiro semestre de 2021, os assassinatos de mulheres atingiram o maior nível desde 2017, com pelo menos quatro por dia.

 

Feminicídio é o termo usado para denominar assassinatos de mulheres cometidos em razão do gênero. Ou seja, quando a vítima é morta por ser mulher. No Brasil, a Lei do Feminicídio, de 2015, estabelece que, quando o homicídio é cometido contra uma mulher, a pena é maior. 

O que falamos no carnaval de 2020 não pode ficar somente no carnaval. Se você está passando por essa situação, saiba que você não está sozinha, procure ajuda, ligue 180! E lembre-se: se você conhece pessoas que estão sofrendo algum tipo de violência e você não faz nada, a sua indiferença o torna cúmplice do agressor. Em briga de marido e mulher a gente mete a colher, sim! 

 

*Laiz Soares é formada em relações internacionais pela PUC Minas e pela Essca na França. Atuou liderando equipes e projetos no setor privado, em ONGs e no Congresso Nacional. Idealizadora da Escola de Líderes.

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