Supermercados mineiros crescem menos do que projetado em 2021

Região Centro-Oeste tem aumento de 1,30% e recuperação importante no estado

 

Da Redação

O setor supermercadista mineiro encerrou o ano de 2021 com crescimento real de 3,10%. É o que registra o Termômetro de Vendas, pesquisa mensal da Associação Mineira de Supermercados (Amis), referente a dezembro, com empresas de todos os portes e em todas as regiões do estado.

Na comparação com o mesmo mês de 2020, o resultado foi positivo em 5,29%. Já em relação a novembro, o desempenho chegou a 22,02%. Essa última variação reflete a influência das vendas ocasionadas pelo Natal e todo o fim de ano. Os dados estão deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

No acumulado do ano, os resultados podem ser atribuídos à melhora da economia do país, com o avanço da vacinação que propiciou a melhoria dos níveis de emprego. Outro fator que contribui com a maior demanda nos supermercados foram os auxílios financeiros pagos pelos governos federal e estadual e em alguns municípios, já que, para muitos consumidores, essa se tornou a principal ou única fonte de renda.

 

O crescimento real de 3,10% em 2021 reflete também a robustez de um segmento dinâmico e tão essencial no dia a dia da população e que não parou de investir para melhor atender o consumidor. 

— Ao longo do ano, os supermercados mineiros, mesmo diante de tantas incertezas, mantiveram os investimentos em novas lojas, em reformas e ampliação e no treinamento das equipes — analisa o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala. 

 

Base alta, custos e pandemia 

Analisando o crescimento real de 3,10% em 2021, é importante levar em conta que foi um desempenho sobre a base alta de comparação, de 10,97%, em 2020. Adicionalmente, os efeitos da pandemia, principalmente no primeiro semestre, trouxeram muitas incertezas e até fechamento de lojas por decretos municipais em algumas cidades, como forma de conter o avanço do vírus.

Além do consumidor final, a alta nos preços dos alimentos impacta diretamente os supermercados. Como não é o definidor do preço final dos produtos, o setor precisa ajustar esses aumentos às suas estratégias comerciais, o que afeta todo o planejamento e suas margens, um fato verificado ao longo de 2021.  

 

— Foi um ano muito desafiador para o segmento pelas altas dos custos de forma geral, tanto na operação de loja quanto dos produtos, o que obrigou o setor a trabalhar com margens ainda mais apertadas. Por tudo isso, esse resultado de 3,10%, diante do cenário de economia ainda em recuperação, pode ser considerado satisfatório —  ressalta.

O crescimento está abaixo do que a Amis projetou no início de 2021, que era de 4,20%. No entanto, naquela época, essas projeções levaram em conta um cenário com a covid já praticamente superada e a retomada mais forte da economia durante o ano. 

A variação da renda do consumidor também influenciou nos resultados. Embora os níveis de emprego tenham apresentado melhora, os salários ficaram aquém desse crescimento da ocupação. 

— Dessa forma, o setor teve um desempenho positivo, mas abaixo do que projetamos inicialmente — explica Claret.

 

Variação regional   

Entre os principais destaques na variação regional, o melhor desempenho ocorreu na Central, com 5,21% no acumulado do ano, seguido do Triângulo/Alto Paranaíba com 4,18%. São duas regiões que, pela pujança e diversidade da atividade econômica, sempre se destacam na pesquisa.

No Sul, o setor apresentou retração de 1,63%. Já no Centro-Oeste, apesar de ter havido crescimento, o número chegou a 1,30%, apenas. Em 2021, a região foi uma das mais afetadas por decretos municipais que restringiram o funcionamento do setor por motivo da pandemia. Além disso, a atividade turística, que é forte, também continuou afetada. 

 

Mudança na pesquisa 

A partir deste ano, quando divulgados os resultados do primeiro bimestre, a pesquisa passa a focar o Índice de Consumo nos Lares Mineiros. A nova modalidade segue metodologia nacional da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que foca a demanda e não a oferta nos supermercados.

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