Sobrevivente de acidente que vitimou três jovens segue em estado grave

Letícia Oliveira sofreu traumatismo cranioencefálico; mais duas mulheres perderam a vida na cidade, da mesma forma

Bruno Bueno

Júlia Noara, cantora e influencer de 21 anos. Letícia Hordones, influencer e empreendedora de 26 anos. Mellissa Corrêa, princesa da 48º Divinaexpô e biomédica de 22 anos. Todas elas tiveram as vidas interrompidas de forma precoce em um acidente na BR-494, em Divinópolis, na última sexta-feira à noite. 

Além das três vítimas, outra jovem também estava no veículo. Letícia Oliveira, publicitária e influencer de  25 anos, foi transferida  da UPA de Nova Serrana para o Complexo de Saúde São João de Deus e, desde então, luta pela vida. Até o fechamento desta página, por volta das 18h, amigos próximos relataram que ela seguia em estado grave. 

Acidente

As jovens estavam a caminho de uma festa em Pará de Minas. Por volta das 22h10, no km 7 da rodovia, próximo à Fazenda Paraná, elas se chocaram com um caminhão que tombou na pista. 

Júlia Noara e Letícia Hordones morreram na hora. Mellissa foi transferida para a Sala Vermelha do Complexo de Saúde São João de Deus. Socorristas do Samu afirmam que ela estava inconsciente, com traumatismo cranioencefálico (TCE) e pneumotórax. Ela faleceu no último domingo.

Sobrevivente

A influencer Duda Lopes, amiga das vítimas, relatou o quadro de saúde de Letícia Oliveira, única sobrevivente do acidente.

— É grave, mas ela está estável. Sofreu um traumatismo cranioencefálico. Apresenta inchaço no cérebro, manchas de sangue, etc. Segue em coma induzido — disse em suas redes sociais.

As informações da amiga da vítima apontam que, após uma bateria de exames, foi constatado que Letícia não possui lesões do pescoço para baixo.

 

— Por conta do TCE que ela sofreu, ela está em coma e com alguns coágulos de sangue no cérebro. Segue entubada o quadro dela é estável, porém muito grave. Ela não quebrou nada. Não perfurou nada. Como as notícias andam correndo que ela sofreu, repliquem informações corretas — explica.

Orações

Duda também usou as redes sociais para pedir orações para sua amiga. 

— A gente só depende da recuperação dela agora, então peço as orações para recuperação e força. A Lelê tem 25 anos, cheia de vida assim como todas as outras meninas. Mas Deus quis assim e agora das quatro ela é a nossa única esperança. Eu nunca senti o que estou sentido agora, é surreal — enfatiza.

A influencer ainda citou a possibilidade de sequelas do acidente.

— Por favor, gente. Rezem de coração. Pede a família de vocês. Todo dia. Para que não haja sequelas, para que ela se recupere da melhor forma possível. Deus não faz milagres pela metade, eu creio nisso — completa.

Comoção

A morte das jovens gerou grande comoção na internet. O influencer Hugo Gomes também usou suas redes sociais para falar sobre o assunto. Ele foi o organizador da festa que as meninas iam.

— A festa tinha previsão para terminar às 05h. Assim que soube da notícia, com menos de uma hora de início, encerrei a festa na hora. Em respeito às famílias e, principalmente, pela dor que estava sentindo. Elas eram muito próximas — afirma.

Em outra postagem, falou sobre sua relação pessoal com as vítimas.

— Hoje vocês não estão mais entre nós. Dói muito saber que não vamos ter mais momentos assim. Mas, tudo que vivemos juntos vai ficar eternamente guardado em meu coração. Eternas saudades. Amo muito vocês — acrescenta.

 

No sábado 

Outro acidente, desta vez, no sábado, causou a morte de outra mulher. A batida foi na AMG 0335, km 03, na rodovia que liga Divinópolis a Ermida. 

Uma testemunha relatou que a motocicleta seguia atrás de seu carro no sentido Ermida. Um veículo que seguia no sentido contrário teria jogado um objeto para fora e acertado no condutor da motocicleta. O motociclista  perdeu o controle da direção, saiu da pista e atingiu uma árvore da rodovia.

Vítimas

O condutor teve ferimentos graves e foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros até o Hospital São João de Deus. A passageira de 31 anos foi atendida no local.  A equipe do Samu tentou procedimentos de reanimação, mas ela faleceu no local.

Outro acidente

Os últimos dias foram marcados por graves acidentes. Na manhã de ontem, uma mulher de 52 anos morreu após colidir sua motocicleta com um ônibus de transporte coletivo. A ocorrência foi registrada no cruzamento das avenidas 7 de Setembro e Contorno, no Centro de Divinópolis.

Informações do Samu apontam que a equipe de resgate foi acionada por volta de 06h.

— Ao chegar no local, socorristas da Unidade de Suporte Avançado (USA) averiguaram que a vítima apresentava traumatismo cranioencefálico (TCE) gravíssimo e já estava sem vida — revela.

A Polícia Militar (PM) e a perícia da Polícia Civil foram acionadas.

Detalhes

Relatos obtidos em primeira mão pela reportagem junto à Polícia Militar mostram os detalhes do grave acidente. 

De acordo com os policiais, o coletivo realizou uma conversão da avenida Contorno para Sete de Setembro com a “devida sinalização”. No sentido contrário, a moto seguia pela 7 de Setembro e pretendia ingressar pela avenida Contorno.

Conforme o condutor do ônibus, a motocicleta estava na traseira do ônibus. Em dado momento, a vítima teria ultrapassado pela esquerda no cruzamento das vias. Ao iniciar a manobra, a motociclista se deparou com outro veículo que seguia em sentido oposto. Ela perdeu o controle, caiu no chão e foi atingida pelas rodas do coletivo. Ela morreu na hora.

Consórcio Transoeste

Em nota solicitada pelo Agora, o Consórcio Transoeste disse que lamenta o acidente e que o caso está em apuração.

— Lamentamos o acidente. Estamos apurando a causa. A princípio a motociclista caiu na roda traseira sem encostar no ônibus— disse o Consórcio em nota.

Repercussão

O caso também teve enorme repercussão nas redes sociais. A internauta Nayara Yan comentou em uma publicação que falava sobre o acidente.

— Meus sentimentos a todos os amigos e familiares. Que Deus dê a eles o conforto que precisam — disse.

Jack Araújo falou sobre a disseminação de vídeos com imagens sensíveis sobre o ocorrido.

—  (...) Não sei qual a necessidade de filmar, fotografar, expor pessoas em acidentes e divulgar em redes sociais, principalmente pelo estado que ela ficou. Isso chega nos familiares que já estão tristes e abalados pela perda e ainda vêem fotos e vídeos desse tipo feitos por pessoas totalmente sem noção — opina.

 

 

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