Sobre a besta fascista

CREPÚSCULO DA LEI – Ano V – CXXI

O capitalismo burguês financiou e revolucionou (o quanto pôde) contra o “antigo regime”, deixando as monarquias prostradas. 

A revolução francesa deixou isso bem claro, evidenciando o quanto a burguesia endinheirada sabe gerir ideologias para tomar o poder, inclusive inventando o terrorismo de estado, vide Robespierre, o incorruptível (?).

Ora, nesse contexto de consolidação do estado burguês, o capitalismo tirou das tripas sua besta “protetora”, uma espécie de Cérbero com três cabeças distintas: violência, espetáculo e ignorância. Este monstro capitalista tem um nome: fascismo.

Quando o capitalismo se vê em perigo (ele) não pensa duas vezes. Solta sua besta apocalíptica e espera, placidamente, os resultados funestos, trágicos, porém rendosos.

O cão fascista usa sua cabeça violenta para engolir as possibilidades de diálogo, usa a cabeça do espetáculo para devorar a lógica e a razão, e usa a cabeça da ignorância para massacrar a ciência, a educação e o ensino. 

O sucesso do fascismo se consolida com as atitudes da classe baixa operando contra a própria classe baixa, seja delatando, agredindo ou matando. E fazem isso “de coração”, guiados pelo deus do ódio, criado para lhes conferir o mandamento primeiro: todo adversário deve ser neutralizado!

O Brasil tem sua representatividade fascista das mais atuantes no mundo, desde a imprensa – mídia – até sua doutrina (política, jurídica e religiosa), e instituições fascistas. Estão por aí, em plena atuação e a descoberto.

(No Brasil) A besta fascista está solta. Sem o desconforto das máscaras e das formalidades. Por enquanto, ainda está solta(...).

Falando em fascismo, assumiu o poder na Itália – como chefe de governo – a premiê Georgia Meloni, escolhida em nome de um partido fascista chamado Fratelli d’Italia. Não poderia haver outro nome tão fascista para um partido.

Meloni se apresenta, como de praxe da estética fascista, como “mãe cristã”.

A tal “mãe cristã”, em pouco tempo de governo, já introduziu toda uma legislação para dificultar a chegada de migrantes no país, tem atuado fortemente para que as prefeituras impeçam o registro de filhos de casais homoafetivos e mantém todo aquele papo-furado envolvendo divindades, pátria exclusiva e família tradicional, tudo em conceitos rasos, próprios específicos.

Dentro das expectativas fascistas, a premiê Meloni – exatamente no dia 01 de maio – eliminou a necessária “renda de cidadania”, uma espécie de bolsa família italiana piorada. Outro item da sua cartilha fascista foi devidamente colocado em prática: a maldita flexibilização do emprego em contratos limitados. 

Além disso, há uma mobilização do poder executivo fascista no sentido de atingir o ensino entre jovens – entre 15 a 24 anos – para que se apresentem abruptamente e sem preparo algum ao “mercado de trabalho” servil, ainda que seja como “aprendiz”.

Tempos caninos na Itália.

De resto, ainda não “presentearam” a premiê com nenhum colar. Pelo menos por enquanto.

 

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