Serviço porco

Serviço porco  

Fazer um serviço mal feito leva o mesmo tempo do que algo bem feito. E, pior, tentar consertá-lo só piora. Isso todos sabem, desde os “tempos lengo”, como dizia minha falecida avó. No entanto, essa sabedoria parece ter ficado mesmo no passado quando o assunto é a política, ou melhor, os políticos e suas “obras porcas”. E não precisa muita coisa para essa constatação, bastam as primeiras chuvas. Incrível que todo ano é a mesma coisa. É calçada que quebra, asfalto que solta e crateras gigantescas no meio da rua. Basta ver os noticiários que as cenas se repetem em todo o país. Isso quando não é a lama que até interdita estradas e ruas. Gasta-se horrores de dinheiro público que escorre junto às enxurradas bueiro abaixo, visto que é preciso fazer tudo de novo. Mas é aquilo de sempre: não sai do próprio bolso, então não dói. Quando esse povo vai tomar vergonha na cara e parar de fazer obra eleitoreira? Ano que vem tem eleição e, principalmente, o povo que escolhe gente desse tipo precisa dar um jeito na vida e entender que seu dinheiro não é capim.

Se tá bom pra você

E para quem não presta atenção, a disputa eleitoral de 2022 já começou e faz tempo. Aliás, no Brasil, onde se tem disputa de dois em dois anos, não há intervalos entre um processo e outro. Acaba uma e as ações pensando na próxima pipocam por toda banda.  É um tal de correr contra o tempo para mostrar serviço que quem vê pensa: “Esse é bom no cargo que ocupa”, mas, por trás dessas boas intenções, reina apenas o interesse particular. Nesta época surgem, por todo lado, obras e mais obras, principalmente em ruas, estradas,  viadutos etc. Por quê? São mais visíveis ao eleitorado, é claro. Intervenções indispensáveis, sem dúvida, mas deixar carências antigas para a última hora é brincar com a cara do eleitor, que, em vez de questionar as condutas, aplaude. Assim, as melhorias “engana bobo” confirmam que a caça pelo voto é positiva e garantida, e no próximo ano o processo se repete. É como diz o trecho de uma música sertaneja: “Se tá bom para você (eleitor), tá excelente para mim (político)”.

Parado aplaudindo 

O fim do ano se aproxima, a previsão é de grande quantidade de chuva, muitos buracos, outros estragos da época, quando dezenas de obras congestionando ainda mais ruas e estradas – porque o dinheiro, antes escasso, agora apareceu –  são feitas, e o povo segue parado assistindo à apoteose do serviço público. Enquanto isso, as necessidades estruturais há anos-luz prometidas, como a transamazônica, onde é impossível se trafegar no período chuvoso – carretas atoladas não conseguem buscar a produção –, travam a economia, entre outros agravantes.  No entanto, pelo visto e assistido, não há com o que se preocupar, afinal, termina uma corrida eleitoral e começa outra. 

Não deu outra 

Como este PB antecipou, a polêmica em torno do Complexo de Saúde São João de Deus e Semusa esfriou, outro assunto ligado à saúde seria a bola da vez nos discursos da Câmara. E foi exatamente isso que aconteceu. Na reunião desta terça-feira, o alvo foi o atendimento do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). O vereador Israel da Farmácia (PDT) denunciou o caso de uma pessoa que teria sido mal atendida em pedido de atendimento em casa. A situação rendeu e a diretoria do  Serviço disse que abrirá um processo de sindicância para apurar a denúncia. Quer saber como vai terminar? Do mesmo jeito do furdunço anterior, que de fato rendeu mesmo só palanque.

Parceira de sempre 

 Não é de hoje que a Polícia Militar de Minas Gerais é considerada a mais atuante e respeitada do Brasil. São raras as ocorrências negativas envolvendo o nome e os membros de sua corporação. E é assim em cada canto deste estado, e Divinópolis não foge à regra. Foram vários comandos de destaque,  o que acontece agora com a gestão da Região, a cargo do coronel Wemerson Lino Pimenta. A criminalidade violenta teve uma redução significativa em Divinópolis e nas demais cidades sob sua chefia. Sempre cordial com a imprensa, homenageou o Agora com uma comenda pelos seus 50 anos. A direção do Jornal agradece e ratifica a parceria de sempre ao longo destas cinco décadas. 

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