Sem voz

Sem voz

Existe um ditado que diz “A voz do povo é a voz de Deus”. Muito além de um dito popular, a frase é uma lei, e está no parágrafo único do artigo primeiro da Constituição Federal “Todo poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Em outras palavras, é o povo que manda, seja por meio de seus representantes, ou por sua voz. E, é justamente por ser dono de uma voz que manda, e por ter o poder reconhecido pela lei maior que rege o país, é que a população falha em cumprir a sua obrigação de fiscalizar, e de se calar diante de inúmeras situações em que deveria ser a única a ser ouvida. 

Como todos já estão cansados de saber, muito além da falta de interesse da população com aquilo que lhes tange na política brasileira, há também a falta de tempo. É claro e notório que por ter uma população predominante de classe C e B, o povo não pode acompanhar projetos e discussões no Executivo e Legislativo, pois luta diariamente para ter o básico. Enquanto o Brasil “acontece do lado de lá” nas Câmaras, nas Prefeituras, nos governos do Estados, no do Brasil, o país “acontece do lado de cá” com o povo trabalhando arduamente para pagar seus impostos e colocar comida na mesa. E, é justamente por isso, que na maioria das vezes, as associações de moradores são a voz do povo, que trabalha para manter essa engrenagem girando. 

Em Divinópolis nem se fala. Aqui, as associações desempenham papel fundamental na vida da população, pois foi por meio  delas que inúmeras melhorias foram feitas nos bairros da cidade. De escolas a asfalto, posto de saúde,campos de futebol, a linhas de transporte público e muitos outros. Não é possível enumerar as benfeitorias conquistadas por estas  associações. Em diversas situações, elas são a voz do povo e levam para aqueles que estão representando a população as principais carências da cidade. Mas, para que a engrenagem funcione, gire, como o povo espera, como merece; para ser a voz do povo, e exercer esse poder, é preciso falar, agir e trabalhar. Para que os políticos locais conheçam de verdade as deficiências da cidade é necessário que alguém fale, aponte o caminho a seguir. 

Só que aqui em Divinópolis, a sensação que se tem é que a cada dia essa voz se cala um pouco, é que quem um dia foi primordial para o desenvolvimento da cidade e inúmeras conquistas, hoje é apenas um “ator secundário”. Afinal, onde estão as associações de moradores, que antes cobravam, usavam a Tribuna Livre da Câmara, que antes eram divisores de água na vida dos divinopolitanos? Onde estão aqueles que por diversas vezes são a voz do povo, e que lutam por uma cidade melhor? Sem voz não há mudança, e sem mudança não há evolução. Se é preciso mais ação e menos falação do lado de lá, do lado de cá então, está faltando produtividade. Do lado de cá é preciso muito mais para ser ouvido. É necessário força e união, e como todos sabem, “uma andorinha voando sozinha,não faz verão. 

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