Secretário garante que DTC não tem focos de dengue

Wesley Oliveira ressalta que a pasta realiza melhorias e cuida do espaço; populares relatam descuido com piscinas

 

Bruno Bueno

O Divinópolis Tênis Clube (DTC) é o espaço recreativo mais antigo da cidade. Fundado em 1945, o local sempre foi palco de descontração, conforto e lazer. Todavia, nos últimos anos, isso mudou. Com a decadência da antiga estrutura, o DTC foi deixado de lado pelos responsáveis do imóvel situado na rua Coronel João Notini. A esperança de mudança veio com a formalização do acordo, realizado em junho deste ano, para transferir a posse do DTC para a Prefeitura. 

O local, no entanto, segue sem utilização e virou alvo de críticas de moradores vizinhos que argumentam que o espaço está abrigando focos de dengue, principalmente nas piscinas que não são utilizadas. Em entrevista ao Agora na tarde de ontem, o responsável pela Secretaria Municipal de Esportes e Juventude (Semej), Wesley Oliveira, garantiu que o clube não tem focos da doença.

 

Inspeção

O secretário revela que a Semej, por meio da Vigilância Sanitária, realiza inspeção sanitária no local para evitar a transmissão do mosquito.

— Não adianta tratar as piscinas se ninguém está nadando. O fato de elas estarem verdes não significa que ela está com dengue. A Vigilância realiza, a cada 15 dias, uma inspeção dentro das piscinas e em outros locais para garantir que não haja focos de dengue. E não tem mesmo. (...) Eu não posso esvaziar as piscinas, porque elas evitam que os azulejos estourem — pontuou.

 

O secretário também ressalta que um trabalho intenso de limpeza é realizado constantemente no espaço.

— De outubro a novembro nós fizemos uma grande limpeza no local, onde enchemos cerca de cinco caminhões com entulhos. Amanhã, inclusive, vamos fazer mais uma (...) A responsabilidade pelas melhorias do DTC é da Secretaria de Governo, que já nos informou que possui três objetivos para melhorar as dependências de lá — enfatizou.

 

Utilização

Questionado sobre a possibilidade de o clube ser utilizado novamente, o secretário esclareceu que nas atuais condições isso é impossível.

— Por enquanto não. Os vestiários estão condenados pela Defesa Civil devido a uma infiltração que aconteceu por culpa da caixa d’água que fica em cima do espaço. A lanchonete, por consequência, também está degradada e as autoridades ordenaram a demolição. Além disso, graças aos constantes furtos, estamos sem água e energia. Utilizamos esses últimos seis meses para fazer o planejamento de 2022 — ressaltou.

Wesley aproveitou a oportunidade para informar que, mediante emenda parlamentar, a Semej vai reformar a quadra de cima do DTC. Segundo ele, a decisão de aplicar os R$ 200 mil na revitalização foi tomada por entender que o espaço é um dos que mais precisam da reforma. 

— Nós tínhamos duas opções: fazer uma maquiagem geral no espaço ou fazer uma coisa bem feita em apenas um local. Optamos por fazer a última — esclareceu.

 

Comissão

A reportagem também conversou com a Comissão de Esportes da Câmara de Vereadores. Por meio da presidente, Lohanna França (CDN), a pasta informou que vem fiscalizando o espaço.

— Acesso ao esporte não pode ser exclusividade de quem pode pagar, e o DTC é um dos poucos espaços que o município dispõe para a população. Como presidente da Comissão de Esportes, eu acompanho com apreensão tamanho abandono, em que a única garantia para a população é “não haver dengue”, enquanto permaneço na esperança de que a postura do Executivo mude — afirmou.

 

Posse 

A transferência de posse do DTC para a Prefeitura, realizada em junho, ocorreu após uma longa batalha judicial iniciada em 2017, quando o Governo do Estado decidiu doar o imóvel.

— Embora o Município houvesse recebido referido imóvel por doação, pelo Estado de Minas Gerais, foi necessário propor uma ação judicial no ano de 2017, visando alcançar a posse do mesmo (ação de imissão de posse), uma vez que o Divinópolis Tênis Clube (DTC) se recusava deixar a posse exercida no local, tendo, inclusive, apresentado recurso contra a sentença proferida na ação judicial — afirmou a Prefeitura em nota divulgada em junho.

Ainda de acordo com a Prefeitura, mesmo sem a conclusão da ação judicial, as partes finalmente selaram o acordo de transferência.

— (...) O DTC anuiu à imediata imissão de posse pelo Município no imóvel, entregando formalmente as chaves do local, independentemente do curso da ação judicial, tendo as partes, mediante petição assinada conjuntamente, pedido pela homologação judicial do acordo — concluiu.

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