Secretário de Saúde apresenta representação contra vereador

Denúncia foi arquivada por ter imunidade parlamentar, anunciou Marra; Prefeitura disse que pedido veio de servidores da Vigilância Sanitária

 

Matheus Augusto

O vereador Flávio Marra (Patriota) foi alvo de uma denúncia no Ministério Público (MP) por críticas direcionadas à Secretaria de Saúde (Semusa). Segundo Flávio, a representação, apresentada pelo secretário Alan Rodrigo da Silva, pedia a cassação de seu mandato. 

— O Alan pediu até a cassação do meu mandato por falta de decoro parlamentar alegando que eu critiquei ele na causa animal, que ele não dá a devida atenção, e a Vigilância Sanitária, quando eu levando o cartaz "Vigilância Sanitária deixa o empresário empreender e trabalhar” — explicou Marra.

Segundo o vereador, por ter imunidade parlamentar, a denúncia foi arquivada.

— O Ministério Público não deu nem ouvido, e já arquivou, dizendo que eu tenho imunidade parlamentar e sou livre de palavra, opinião e voto. Nem foi para frente a representação — pontuou.

Ao Agora, a Prefeitura se limitou a dizer que a denúncia foi protocolada a pedido dos fiscais da Vigilância Sanitária, após fala do vereador “na qual ele cita que os fiscais estavam barrando/parando os empresários” .

 

“Falta união”

Marra deu detalhes da denúncia em seu discurso na Câmara, na terça-feira, 1º.

— Um cara que tinha que se preocupar com a saúde pública, que está um caos, (...) tem tempo para fazer representação contra mim —  criticou o vereador.

O parlamentar lamentou a decisão do secretário. 

— O momento que vivemos é de união, não de dividir, mas de somar e andar juntos. (...) O que o secretário vem fazendo é doloroso para o divinopolitano, mas ele acha que está tudo bem — argumentou.

Marra citou outros problemas na áreas, como falta de remédios na Farmacinha, qualidade do atendimento na UPA, lentidão na fila de cirurgias eletivas e de catarata, e escassez de testes para diagnóstico de covid nas unidades de saúde. O vereador disse que é boicotado pelo secretário na defesa da causa animal.

Por isso, ele vê justificada sua cobrança ao secretário.

— Eu, como representante da população, não posso ver e ficar calado. (...) Esse é o nosso papel, Alan. Você não tem que ficar fazendo representação. Você ganha mais do que eu e você não está fazendo o que você é pago para fazer. Estou aqui para cobrar. Se você não está dando conta, pede para sair.

Por fim, Flávio classificou a denúncia como desrespeito ao Legislativo.

— Se essa moda pega… Hoje é eu, amanhã podem ser vocês. Essa Casa tem que ser respeitada — alertou, em discurso na Câmara.

 

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