Secretário de Saúde alerta para dengue: “teremos um ano difícil”

Crescimento precoce dos casos pode significar pior cenário desde 2016; Divinópolis pode receber vacina

Matheus Augusto

Em coletiva na manhã desta terça-feira, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Fábio Baccheretti, expressou preocupação com o cenário da dengue. Além da região Central, o chefe da pasta também citou a macrorregião de Divinópolis.

— A tendência é que isso se espalhe para todo o estado — alertou. 

Um decreto de emergência pública será publicado até o fim desta semana para permitir contratações temporárias mais rápidas e a compra de insumos. 

A estimativa é de um cenário parecido aos piores anos da doença, com o pico ocorrendo até março. A percepção é de crescimento precoce e inclinação elevada dos casos já neste mês de janeiro. 

— Teremos um ano epidêmico difícil.

Dos 853 municípios mineiros, 600 já confirmaram registros da doença. 

Confira os comparativos do mês de janeiro:

2015: 4.536 casos confirmados

2016: 59.190

2023: 3.286

2024 (até o dia 22): 11.490

Mortes

Atualmente, Minas Gerais tem mais de 11 mil casos e uma morte confirmada. Outros 14 óbitos por dengue estão em investigação. Em Divinópolis são 178 confirmações e nenhuma morte. 

A maior parte das fatalidades, acrescenta, é evitável, sendo resultado do diagnóstico tardio ou tratamento inadequado, especialmente em pacientes com comorbidades. Neste sentido, o Estado tem promovido capacitações dos gestores municipais, médicos e enfermeiros para identificar os casos com agilidade e dar o devido encaminhamento.

Combate

Baccheretti reforçou a importância do papel da população no combate ao mosquito Aedes aegypti, visto que cerca de 85% dos focos estão dentro das casas. O secretário citou, ainda, o repasse de R$ 103 milhões aos municípios, além da aquisição de drones para o mapeamento das áreas de risco e aplicação de larvicidas em locais de difícil acesso. 

As ações de fumacê e bombas costais seguem, mas são consideradas de baixa eficiência no contexto geral. 

— Não adianta matar o inseto se já tiver um milhão de ovos ali prestes a explodirem.

Vacinas

Questionado sobre a chegada das vacinas contra a dengue, o secretário explicou que Minas Gerais deve receber bastante doses por ser o estado com maior incidência. A distribuição, ainda sem data, será feita aos municípios com mais de 100 mil habitantes, onde a situação é mais grave. 

O público alvo são pessoas entre 10 a 14 anos. Segundo o secretário, a faixa etária é uma das mais vulneráveis à morrer por complicações da dengue, juntamente com os idosos - porém a Anvisa ainda não liberou para os mais velhos. 

O secretário espera que a vacinação gere resultados palpáveis apenas no fim do ano, por isso a necessidade de manter as ações de prevenção. 

— A vacina não vai mudar o cenário agora. 

Também é esperada a dose única do Butantan até dezembro, com ampla capacidade de produção nacional. 

 

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