Se não fosse a imprensa

Se não fosse a imprensa

De uns tempos para cá o mundo vive uma onda de desinformação sem precedentes. Além das notícias falsas, a comunicação vem passando por uma mudança que em alguns aspectos não é tão positiva como deveria ser. As dancinhas em aplicativos tomaram conta das redes sociais e até mesmo órgãos públicos entraram na onda, acreditando piamente que dançar e apontar para “informações flutuantes” é o “novo” meio de informar a população. É fato que é sempre preciso evoluir, que a comunicação está em constante mudança e que, sim, é preciso se atualizar e mudar para conseguir atingir o público, mas é fato que nem sempre uma mudança significa evolução. É fato também que a informação correta, clara e objetiva salva vidas e pode mudar o mundo. É fato também que uma notícia falsa não “resiste” a um minuto de um jornalismo sério e comprometido. E é justamente nesse ponto, de repassar a informação de forma clara e objetiva, como prevê o princípio da publicidade, que muitos órgãos públicos têm pecado. 

Divinópolis, por exemplo, é uma cidade com mais de 240 mil habitantes, e o que se tem percebido nesses últimos anos é a Prefeitura informando a população somente por meio de seus perfis nas redes sociais. No Instagram, o perfil acumula 45 mil seguidores, e no Facebook o número é de quase 23 mil. Os dois números juntos não somam a metade da população da cidade. É justamente nesse ponto que chega-se à pergunta: e se não fosse a imprensa? Com um estilo de comunicação totalmente ineficaz, a Prefeitura peca ao trabalhar a sua informação, que é oficial e deveria seguir os princípios da transparência e da publicidade. Limitando-se apenas a suas redes sociais, o Executivo deixa milhares de divinopolitanos desinformados. Isso não é tão difícil de provar. Basta pegar o exemplo das pessoas que não tomaram a segunda dose da vacina contra a covid-19 ou a dose de reforço. Toda semana a Prefeitura faz o chamamento desses “atrasados”. Mas será que a informação está chegando aonde deveria chegar?

Será que o povo sabe que a vacinação agora não precisa mais de agendamento? Tem conhecimento de qual o intervalo correto entre uma dose e outra? Ou quem deve tomar? Será que sabem que o drive-thru foi desativado? Por mais que seja bonito, engraçado e que muitas vezes consiga cumprir o seu papel de informar, uma coisa é fato: informação é informação e com isso não se brinca, principalmente quando se trata de assuntos de interesse público. Ai do povo se não fosse a imprensa cumprindo o seu papel. Como seria a vida do brasileiro, se ele não tivesse onde buscar informações claras e verdadeiras? Mesmo com todos os ataques, com todo o negacionismo, com as dancinhas, com as notícias falsas, uma coisa é fato: se não fosse a imprensa, o caos já teria se estabelecido completamente, e talvez até de forma irreversível. E é possível afirmar sem nenhum exagero, sem nenhuma presunção, que, enquanto os órgãos públicos brincam de informar, a imprensa garante a notícia correta, completa e que chega para toda a cidade. É assim que o povo se informa. Ainda bem, senão, a humanidade estaria ainda mais perdida. 

 

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