Santa Rosa, Centro e Interlagos lideram notificações de dengue

Outros bairros, como Belvedere e Sagrada Família, também preocupam; saiba como diferenciar Zika e Chikungunya

Bruno Bueno

 

Os casos de dengue seguem preocupando as autoridades de Divinópolis. De acordo com boletim divulgado ontem pela Secretaria de Saúde (Semusa), mais de 600 registros já foram contabilizados somente nos primeiros três meses deste ano.

O bairro Santa Rosa é, de longe, o mais afetado. Um a cada cinco casos de dengue foram registrados no local. A região do Centro e o Interlagos acompanham a lista. O vírus zika e chikungunya também preocupam.

 

Números

 

Conforme o boletim, 638 casos foram confirmados desde o primeiro dia de 2023. A média de oito casos por dia se reflete no número de hospitalizações. 48 divinopolitanos estão internados por consequência da ação do mosquito Aedes aegypti. 

Segundo a Semusa, 1.126 notificações foram registradas e nenhuma morte contabilizada. 

 

Bairros

 

Dez bairros têm casos confirmados de dengue. O Santa Rosa, localizado na região Sudeste, tem 124 registros. O grande pico de contaminação aconteceu no começo do ano, quando 20 casos foram confirmados em apenas uma semana.

A região Central tem 39 casos e aparece na segunda colocação. O ranking ainda tem Interlagos, com 24, Belvedere e Sagrada Família, com 23 cada. Com 17 casos cada, Nações e Planalto também figuram na lista.

Paraíso (16), Dona Rosa (15) e São José (14) fecham o ranking. Os dados são referentes ao período de 1 de janeiro a 14 de março de 2023.

 

Ações

 

Agentes da Vigilância em Saúde Ambiental realizam ações para conter o contágio do vírus no município. No último sábado, os servidores promoveram um mutirão de limpeza nos bairros, Serra Verde, Alto das Oliveiras e Conjunto Habitacional Osvaldo Machado Gontijo.

— Foram recolhidas aproximadamente 3,5 toneladas de lixo, os quais são reservatórios para o mosquito da dengue. Dentre os materiais retirados dos locais, estavam pneus velhos, latas de tinta vazias, baldes, entulhos, eletrodomésticos e diversos outros — informou a Semusa em nota.

Os servidores também compareceram à Escola Municipal São Sebastião na segunda. Em parceria com os agentes comunitários do bairro Afonso Pena, eles levaram orientações para 162 alunos a respeito das formas de prevenir o contágio e proliferação do mosquito.

— Os profissionais distribuíram diferentes jogos abordando o tema da dengue, como uma forma divertida e lúdica de conscientizar as crianças da importância de combater o mosquito, além de informá-los sobre as ações individuais que cada um pode fazer para evitar o contágio — completou.

 

Fumacê

 

O carro fumacê, com materiais químicos para conter o mosquito, estará em diversos bairros nesta semana. Na segunda, o dispositivo passou pela região do Paraíso e, na terça, pelo bairro Padre Eustáquio. 

A região do bairro São José recebeu o veículo ontem e terá a mesma programação nesta quinta-feira. No fim de semana, especificamente na sexta e sábado, é a vez do bairro São Judas Tadeu. De acordo com a Prefeitura, a escolha dos locais não é feita de forma aleatória. 

— A Vigilância em Saúde Ambiental recebe as notificações da dengue de toda a cidade e analisa quais bairros possuíram os maiores índices de notificações nas últimas quatro semanas. Assim, o fumacê é destinado ao bairro com maior índice, pois significa que ali possui mosquitos já na fase adulta — disse o Executivo Municipal em nota.

O fumacê passa nos locais onde a doença está ativa e o inseticida mata apenas o mosquito adulto. 

 

Cuidados

 

Eliminar água parada é a principal maneira de interromper o ciclo do mosquito. Tampar caixas d’água, colocar areia nos vasinhos de plantas, manter o quintal limpo e recolher lixos são hábitos que devem ser feitos diariamente.

Em caso de sintomas, a vítima deve procurar a Policlínica de Divinópolis. O local foi designado como ambulatório para casos suspeitos de dengue. A sede fica na rua São Paulo, nº 10, Centro e funciona de 7h às 17h.

— Ao procurar atendimento, passarão por acolhimento e classificação de risco, de acordo com o Protocolo de Manejo Clínico da Dengue e, caso sejam classificados como amarelo ou vermelho, serão encaminhados à UPA — explica a Prefeitura.

 

Dengue, chikungunya e zika

 

Casos de Chikungunya e Zika também foram reportados à Semusa. As doenças têm sintomas parecidos. De acordo com o Instituto Fiocruz, a dengue se destaca pelas dores nos corpo e a Chikungunya por dores e inchaço nas articulações. Os sintomas da Zika incluem manchas na pele e coceira no corpo.

— Além de serem transmitidas pelo mesmo mosquito, essas doenças apresentam alguns sintomas semelhantes, o que pode dificultar o trabalho dos médicos. Entretanto, pequenas diferenças existem e podem ser usadas como critério para o diagnóstico — explica o Instituto. 

 

Saiba como diferenciar:

 

  • Dengue: doença mais grave. Os sintomas incluem febre, dores no corpo, cabeça e olhos, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Em casos mais graves, pode provocar hemorragias e óbito;

 

  • Chikungunya: enquanto a dengue tem dores musculares, esse vírus apresenta dores articulares. Alguns sintomas duram em torno de duas semanas, mas a fadiga pode durar meses. Casos de morte são muito raros. No entanto, a doença afeta bastante a qualidade de vida do paciente;

 

  • Zika: doença com sintomas mais leves. Pacientes costumam apresentar febre mais baixa, olhos avermelhados e coceira. Normalmente, o vírus não causa morte e os sintomas não duram mais que sete dias. 

 

— O tratamento dessas doenças é praticamente o mesmo, uma vez que não existem medicamentos específicos para elas. Recomenda-se que o paciente, nos três casos, permaneça em repouso e beba bastante líquido — explica o Instituto Fiocruz.

 

Olho: “A Vigilância em Saúde Ambiental recebe as notificações da dengue de toda a cidade e analisa quais bairros possuíram os maiores índices de notificações nas últimas quatro semanas.” 

- Prefeitura de Divinópolis

 

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