Romance ‘Perfume de Sangue’ será lançado amanhã

Obra que mistura ficção e realidade aborda vinganças e mistério envolvendo Tiradentes

Da Redação

A noite de amanhã será de gala nas dependências da Câmara de Divinópolis para o lançamento do romance "Perfume de Sangue", escrito pelo secretário geral da Câmara Municipal de Divinópolis e presidente da Academia Divinopolitana de Letras (ADL), Flávio Ramos. Apesar de ser um livro de ficção, "Perfume de Sangue" tem uma trama que poderia ter existido nos tempos do homem responsável pela Inconfidência Mineira. 

 

História

A história, que se passa em Minas Gerais, no século 18, conta o embate regional entre duas as protagonistas, mulheres fortes e marcantes que protagonizam a obra:  Joaquina de Pompéu e Maria Tangará, que dominavam a sociedade de Pitangui, a Sétima Vila do Ouro das Gerais e, de fato, existiram.

Joaquina é conhecida pelas atrocidades cometidas contra escravos e comerciantes, mas valorizada pelo imperador e Tangará, descendente de índios e que foi marcante na alta sociedade de Pitangui.

Numa passagem de Tiradentes por Pitangui, ainda como mascate comercializando produtos, Flávio Ramos cria um encontro entre ele e Maria Tangará. Os dois se envolvem num rápido e tórrido romance que vai gerar consequências que se desdobram durante e após a Inconfidência Mineira.

A historiadora Camila Braga, escritora do prefácio, disse que, por várias vezes, o leitor se esquece que se trata de uma obra ficcional e ressalta a pesquisa histórica realizada pelo autor

— São muitos os dados oferecidos ao longo do livro, o que torna a experiência de leitura ainda mais instigante. Para mim, a grande diversão do livro “Perfume de Sangue” será justamente a de estimular o leitor a pesquisar o que é e o que não é história real — afirmou Camila.

O livro mostra  como foram importantes nomes como padre Belchior, conselheiro de Dom Pedro I; Dona Hipólita, a única mulher a figurar nos Autos da Devassa como Inconfidente e entra no emblemático mistério de onde foi parar a cabeça de Tiradentes depois de ter sido condenado à morte pela Coroa Portuguesa. Depois de esquartejado, as partes foram colocadas nos locais onde ele falou sobre a ideia libertária. A sua cabeça, exposta no alto de um mastro em Vila Rica (atual Ouro Preto), foi roubada e ninguém soube onde ela foi parar. No entanto, conta uma lenda mineira que a cabeça de Tiradentes foi enterrada em Quartel Geral, cidade do Centro-Oeste do estado, próxima a Pitangui. 

 

Autor

Lançando seu segundo livro, o primeiro foi "Manual do Bom Candidato", Flávio Ramos disse à reportagem que sempre pensou em explorar o gênero romance.

— A história mostra que, no sertão do século 18, em Minas Gerais, as disputas geravam tristes e mortais consequências. Nessa história, a disputa de poder e amor se dá entre duas poderosas mulheres: Joaquina de Pompéu e Maria Tangará. O perfume simboliza essas mulheres com personalidade e audaciosas — disse o autor.  

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