Reunião nesta quarta define detalhes do clássico de sábado na Arena MRV

Duelos futuros entre Cruzeiro e Atlético terão torcida única por dois anos; acordo vai até 2025

 

 

José Carlos de Oliveira

 

Cruzeiro e Atlético fazem, no próximo sábado, o principal clássico entre eles do ano, e de uma nova série, agora com torcida única. Reunião amanhã, com representantes dos dois clubes, autoridades e da Federação Mineira de Futebol (FMF), discute todos os detalhes sobre o jogo do fim de semana, mas que no que diz respeito à presença de torcedores, os dirigentes de Cruzeiro e Atlético já entraram em acordo por torcida única nos próximos dois anos.

 

Torcida única

 

A iniciativa de ter torcida única a partir de agora foi da diretoria atleticana, com os responsáveis pela SAF do Cruzeiro concordando, desde que houvesse reciprocidade, o que fez o acordo ser assinado pelos próximos dois anos. No Campeonato Mineiro, com turno único, os times mandam o clássico em anos alternados, e nesta temporada será na Arena MRV. 

 

Motivações do acordo

 

A decisão consensual por torcida única nos próximos clássicos foi motivada principalmente por dois fatores: o tratamento impróprio, por parte do Atlético, destinado à torcida do Cruzeiro na Arena MRV no último duelo, realizado em 22 de outubro de 2023, pelo Campeonato Brasileiro, e as depredações à Arena MRV realizadas pelos cruzeirenses.

Naquela ocasião, o Atlético retirou as portas dos banheiros no setor visitante, inclusive os femininos, e não disponibilizou itens de higiene pessoal. A postura da direção atleticana gerou revolta na torcida cruzeirense e recebeu muitas críticas da opinião pública.

Por sua vez, o Cruzeiro teve que arcar com os prejuízos gerados ao Atlético devido às depredações. Cadeiras e catracas, dentre outros itens, foram danificados.

 

Palavra do Cruzeiro

 

O presidente do Atlético, da associação, Sérgio Coelho, já havia se pronunciado a respeito do clássico de torcida em clássicos entre os rivais, mas sem detalhar os porquês e por quanto tempo, garantindo apenas que o assunto voltaria a ser discutido no futuro. E neste fim de semana, foi a vez de o Cruzeiro se manifestar. Pelas redes sociais do clube, o CEO da SAF, Gabriel Lima, esclareceu a posição do Cruzeiro. 

O acordo, segundo Lima, é confidencial. Por isso, detalhes não podem ser divulgados. Mas valerá por dois anos, pensando na equidade do número de jogos dos rivais como mandante.

— Ele justamente está válido por dois anos, de forma temporária, para conseguirmos discutir de forma mais profunda sobre as implicações que aconteceram nos últimos clássicos. É lamentável fazer um acordo como esse. Mas a gente entendeu como necessário para dar uma profundidade e tentar resolver essas questões de uma vez por todas quando a gente retome o clássico com as duas torcidas — disse Gabriel. 

E acrescentou:

— Não quero ver a torcida do Cruzeiro ser tratada pior que animal. Aliás, tem animais que são muito bem tratados, e devem ser bem tratados. Não quero ver a torcida do Cruzeiro ser tratada na Arena como foi no último jogo — declarou.

O acordo foi assinado com a ciência do Ministério Público de Minas Gerais e da Polícia Militar do Estado. Segundo Gabriel Lima, não há possibilidade de reviravolta. A não ser que haja decisão conjunta dos clubes.

— Não tem possibilidade de reviravolta. O acordo está assinado, irrevogável, irretratável. A não ser por acordo entre as partes — finalizou Gabriel Lima.

 

 

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