Retorno da máscara em Divinópolis está fora dos planos

‘Por enquanto, não’, relata a Prefeitura; algumas cidades de Minas recomendaram ou exigiram uso após aumento dos casos

 

Bruno Bueno

O Agora trouxe ontem, em sua edição impressa, a preocupante informação de que o número de internações por covid-19 cresceu 316% nos últimos 13 dias em Divinópolis. Paralelamente, 201 novos casos da doença foram registrados no mesmo período. Apesar disso, a volta do uso da máscara em locais fechados da cidade está fora dos planos.

A informação foi confirmada pela Prefeitura na tarde de ontem. Em resposta aos questionamentos da reportagem, o Executivo disse que “por enquanto, não”.

 

Fim do uso

No dia 21 de março, o uso de máscaras se tornou opcional e a classificação da pandemia em "ondas" foi extinta em Divinópolis. O documento foi publicado no Diário Oficial dos Municípios.

Segundo nota da Prefeitura, a medida levou em consideração o fim do estado de calamidade pública, o encerramento do Plano Minas Consciente, a baixa ocupação de leitos hospitalares e o avanço da imunização do município. 

— Ao analisar todo este cenário favorável, a decisão se torna importante diante da necessidade reprimida de todos nós retomarmos nossas rotinas, convivência, nossa vida social, após esse longo período de dois anos de enfrentamento da pandemia, com tanto isolamento, restrições, distanciamentos — comentou o prefeito, Gleidson Azevedo (PSC), à época.

Apesar da não obrigatoriedade das máscaras, a Prefeitura fez as devidas considerações:

- permanecem recomendadas a adoção de medidas para proteção individual contra o coronavírus como higienização regular de mãos, manutenção de ventilação adequada em locais fechados e o uso de máscara em ambientes coletivos, como transporte público;

- uso de máscara cirúrgica para indivíduos acima de 60 anos de idade ou com fatores de risco a serem considerados para complicações da covid-19, conforme orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS);

- uso da máscara adequada, em caso de indivíduo sintomático para a covid-19, com sintomas de síndrome gripal ou manifestação de Síndrome Respiratória Aguda Grave, na forma de regulamento federal;

- profissionais de saúde devem observar as orientações do Ministério da Saúde relativas ao uso de máscaras nos serviços de saúde, tanto pela equipe quanto por usuários.

 

Média diária

Os registros da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) mostram o aumento das internações nos últimos 13 dias.

  • 24, 25 e 26/05 - seis casos;
  • 27, 28 e 29/05 - oito casos;
  • 30/05 - doze casos;
  • 31/05 - treze casos;
  • 01/06 - onze casos;
  • 02/06 - quatorze casos;
  • 03, 04 e 05/06 - quinze casos;
  • 06/06 - dezenove casos.

 

A cidade tem média diária de três internações no setor de CTI nas últimas duas semanas. Os picos foram registrados no dia 6 de junho, com cinco casos, e no dia 31 de maio, com seis. O setor de enfermaria, por sua vez, tem média de oito casos por dia. O pico foi registrado ontem, com 14 casos.

Até o fechamento desta reportagem, por volta das 17h30 de ontem, o Executivo ainda não havia divulgado os dados desta terça-feira, 7 de junho.

 

Minas

Belo Horizonte e algumas cidades da região Metropolitana estão recomendando e, em alguns casos, exigindo o uso da máscara em locais fechados. O alto número de novos casos de covid no país é o motivo. Na capital, o decreto recomendando o uso foi publicado no dia 3 de junho. Salas de aula, cinemas, teatros, elevadores e escritórios são exemplos.

Betim, por sua vez, tornou obrigatório o uso em escolas, farmácias, drogarias, unidades de saúde e transporte público. Confins, Contagem, Caeté, Esmeraldas, Ibirité, Itaguara, Jaboticatubas, Nova Lima, Ribeirão das Neves também recomendaram ou exigiram a utilização do material.

 

País

O aumento dos casos e internações também é notado em outras metrópoles do país, especialmente em Santa Catarina. Na última sexta, o estado decretou situação de emergência na saúde devido à superlotação dos hospitais e sobrecarga nos postos de atendimento médico. Os registros também contabilizam outras doenças respiratórias, como variações da gripe.

 

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