Relatório sobre testes feitos no aeroporto é emitido com observações

Geiv solicita melhorias e cita presença de antena telefônica; Prefeitura garante que ressalvas não impedem homologação

 

 

Ígor Borges

 

A vinda da Força Aérea Brasileira ao aeroporto Brigadeiro Cabral, encheu a população de expectativa para a volta dos voos comerciais à cidade.  Um relatório sobre a situação do aeroporto foi publicado, ontem, e dúvidas surgiram.

A Prefeitura revelou que a avaliação diz que o equipamento testado está apto, porém com algumas observações, em relação a grama próxima a ele. No relatório emitido, o local foi considerado “deficiente”. 

A documentação fala ainda sobre a existência de uma antena telefônica próxima ao local dos pousos, a qual, segundo o Executivo, não é contraponto para a homologação do equipamento. 

O Agora esteve no local durante os testes feitos na última quinta-feira, 18, e explica o processo que foi seguido até a chegada da última etapa.

 

Documentação

 

No parecer presente no documento, o local foi considerado “deficiente” para sua homologação. O relatório ainda completa que “aguarda parecer do Subdepartamento de Operações (SDOP)”. 

Ainda de acordo com o documento, foi averiguada a presença de uma antena telefônica próxima ao local. 

A Prefeitura explicou. 

— O Papi foi aferido e demonstrou a precisão necessária, entretanto, foi solicitado pela equipe do Geiv que seja realizada melhoria na área de instalação do Papi, aumentando o contraste na visualização da cor vermelha que o equipamento emite. O atendimento à solicitação será feito com o aumento do plantio de grama no entorno do Papi, ocasionando na melhoria do contraste entre os feixes de luzes das lâmpadas e o solo — relatou. 

 

Testes 

 

A finalidade dos testes realizados pela equipe do Geiv era homologar um equipamento específico no aeroporto. 

O aparelho recebe o nome de “Papi”, que na tradução para o português significa Indicador de Trajetória de Aproximação de Precisão. 

O equipamento é um conjunto de quatro caixas que emitem luzes vermelhas e brancas. Ele garante a segurança do pouso da aeronave, em que o piloto pode identificar e seguir orientações para ao se aproximar do solo. 

 

Prefeitura 

 

Conforme explicações da nota emitida pela Prefeitura, o equipamento e a instalação foram aprovadas com algumas ressalvas, e completa dizendo que isso é comum em qualquer processo de verificação. 

— O equipamento Papi e sua instalação foram devidamente aceitos pela equipe do Geiv, conforme o relatório e a equipe responsável firma o compromisso de seguir para a finalização da homologação com o plantio de grama, visando aumentar a segurança nas operações de pousos — argumentou.

Em relação a antena telefônica próxima a pista de pouso, a Prefeitura diz que a presença da mesma não interfere na homologação. 

— Por fim, o relatório cita a presença de uma antena de telefonia próxima à rampa de pouso. Este é um procedimento de referência para o planejamento do voo. Não é contraponto para a homologação do equipamento e nem torna a antena um obstáculo para as operações — confirmou.

 

Homologação 

 

Ao todo, desde a solicitação da companhia aérea, o aeroporto já teve duas etapas para a homologação necessária para o retorno dos voos comerciais. 

O Agora esteve no aeroporto Brigadeiro Cabral durante a última etapa de homologação. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Luiz Ângelo Gonçalves, explicou a razão para tantos testes. 

— Atualmente o nosso aeroporto já é homologado para operações visuais, e diante de uma solicitação da Azul, buscamos a homologação por instrumentos. Por isso, fizemos várias melhorias em diversas etapas — comentou.

Ele destaca que a vinda da Força Área Brasileira (FAB) foi a última etapa para homologação e também fala sobre as melhorias que o local passou.

— Nós trabalhamos com melhorias na área de manutenção, exigidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o que corresponde desde a altura da grama e ao perímetro da cerca, por exemplo. Além de investimentos no próprio aeroporto, com grande ajuda de recursos federais — explicou. 

 

Cenário passado 

 

Em janeiro do ano passado, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou a retomada de voos comerciais partindo de Divinópolis para o aeroporto de Campinas.

— Recebemos com muita satisfação esta notícia. Tenho certeza que esses voos causarão impacto positivo no desenvolvimento da economia de Divinópolis, atraindo mais investimentos na cidade — declarou Gleidson, à época. 

Neste cenário, Luiz Ângelo já falava sobre os esforços da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Sustentável e Turismo (Semdes), que se empenhou para que fosse possível chegar a este momento.

— Desde o início da gestão, temos feito um trabalho de planejamento e melhoria do Aeroporto Brigadeiro Antônio Cabral, o que permitiu o anúncio de hoje. Os voos comerciais representam fator fundamental para o desenvolvimento econômico regional, aumentando o potencial de atração de investimentos e de conexão empresarial de toda região — destacou. 

Recursos

Os investimentos realizados na infraestrutura do Brigadeiro Cabral foram intermediados pelo deputado Domingos Sávio (PL) junto ao governo federal.

Sávio articulou em Brasília a liberação dos R$ 6 milhões para a compra de equipamentos e melhorias em diversos espaços do aeroporto,  investimentos que possibilitaram a retomada dos voos.

 — Estamos colhendo o fruto de um trabalho articulado há anos. Desde que o aeroporto fechou para voos comerciais, ficou evidente a necessidade de investimentos no local para garantir a segurança dos passageiros, permitindo que aeronaves de passageiros e de grande porte façam pouso noturno ou em condições climáticas adversas — argumentou o deputado.





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