Relacionamentos positivos

Ômar Souki

“O importante para nos mantermos felizes e saudáveis ao longo da vida, é a qualidade dos nossos relacionamentos", essa é a conclusão a que chegou o psiquiatra Robert Waldinger, pesquisador da Universidade de Harvard. Ele é o atual diretor de um estudo que vem sendo feito por mais de 75 anos naquela instituição. Um grupo de homens foi pesquisado ao longo do tempo e foram coletados dados relativos ao seu nível de sucesso profissional e financeiro, assim como sua evolução física, mental e emocional. Constatou-se que aqueles que estavam mais felizes com seus relacionamentos quando tinham 50 anos eram também os mais felizes e saudáveis aos 80. Seus cérebros tinham sido protegidos e suas memórias estavam mais vivas. A pesquisa mostrou que bons relacionamentos durante a vida produzem os melhores resultados com relação à saúde, à felicidade e à longevidade. Porém, o que importa é a qualidade dos relacionamentos, pois relações conturbadas comprovaram ser um veneno para a saúde.

Verificou-se também que a solidão é tóxica. Os solitários foram os que experimentaram um enfraquecimento mais rápido do cérebro, se tornaram menos felizes, menos saudáveis e viveram menos. O que fazer, então, para cultivar relacionamentos positivos?

O nosso primeiro relacionamento deve ser com Deus. À medida que cultivamos nossa espiritualidade, cresce também em nós o respeito pelas outras pessoas. É importante nos lembrarmos do mandamento máximo que nos deixou Jesus: “Amar a Deus com todo o coração, com toda a alma, com todo o entendimento e com todas as forças; e ao próximo como a si mesmo” (Marcos 12, 30-31). Para amarmos os outros é importante que nos amemos a nós mesmos. E, para isso, devemos nos concentrar no crescimento de nossa alma. São Paulo nos aconselha: “Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos; sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração” (Romanos 12, 9-12). E, mais adiante, o apóstolo, continua: “Alegrem-se com os que se alegram, e chorem com os que choram. Vivam em harmonia uns com os outros (12, 15-16). [...] Não paguem a ninguém o mal com o mal; a preocupação de vocês seja fazer o bem a todas as pessoas. Se for possível, no que depende de vocês, vivam em paz com todos” (12, 17-18).

Em geral, quando entramos em um relacionamento com outra pessoa, temos a expectativa de que ela nos fará felizes. Mas, não devemos colocar nos ombros dos outros uma responsabilidade que é nossa. Devemos primeiro estar de bem com a vida, para depois, então, buscar um relacionamento positivo. Somente assim poderemos lidar melhor com as nossas emoções, ter mais paciência, saber escutar mais, enfim, ser uma companhia melhor. Ao passo que o relacionamento evolui, nos tornamos pessoas melhores ainda, pois os desafios vividos a dois, contribuem para o nosso crescimento.

A preocupação fundamental em qualquer tipo de relacionamento seja em casa, no trabalho, no lazer ou na igreja, deve ser em oferecer o melhor de nós mesmos. Para isso, é importante identificar as necessidades de cada uma das pessoas com as quais convivemos e procurar atendê-las da melhor forma possível.

 

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