Redes estaduais e municipais lidam com o início das aulas

Alguns pais confessam insegurança com as presenciais no momento; universidades ainda divergem quanto ao retorno

Da Redação

Após dois longos anos longe das salas de aula, as atividades escolares presenciais voltaram, nas redes estaduais e municipais de Divinópolis, nesta segunda, 7. 

Desta vez, crianças e adolescentes retornaram à rotina, sem aulas online ou possibilidade de ensino híbrido, porém, com todas as orientações e protocolos de segurança a seguir. 

Já nas universidades o clima ainda é incerto, com divergências nas datas e poucas informações sobre o retorno. Em todos os casos, no Município, o ensino remoto, mesmo que de forma híbrida, continua em vigor.

 

Rede Municipal

Nas escolas municipais de Divinópolis, os profissionais voltaram no dia 2, para preparo e formação do espaço, além de reuniões com a Secretaria Municipal de Educação (Semed). Já os alunos, retornaram na manhã desta segunda-feira, 7.

A secretária municipal de Educação, Andréia Dimas, disse ao Agora, em reportagem anterior, que não há, no momento, a possibilidade da volta do ensino remoto. 

— As crianças voltam de forma presencial, pois, segundo a Secretaria de Saúde, não há prerrogativa do retorno de forma remota — disse.

Três instituições de ensino da cidade não voltaram às atividades presenciais. A Escola Municipal São Sebastião, a Oribes Batista Leite e o Centro Municipal de Educação Infantil (Cmei) Miguel Rodrigues Filho, terão o início do ensino presencial somente em março, por se tratar de tempo integral.

 O ensino integral na educação infantil em três unidades não terá início em fevereiro como era previsto, diante do risco do período integral de convívio e o grande número de casos na cidade — informou a Prefeitura, em nota divulgada.

 

Rede Estadual

Já na rede estadual, professores e demais membros da equipe pedagógica retornaram na última terça, 1º, para a organização e preparo da volta dos alunos. Para os estudantes, as aulas também retornaram nesta segunda.

O calendário escolar deve ser cumprido como previsto, garantindo os 200 dias letivos aos estudantes.

Expectativas

Melina Santiago, de 28 anos, é mãe da pequena Giovanna, de 5.  A menina, que já está vacinada com a primeira dose da vacina, assim como outras crianças, começou hoje a rotina escolar. 

Melina contou à reportagem que ainda não se sente segura com o retorno das atividades no modo presencial.

Até então eu não tinha mandado a Giovanna para as aulas presenciais, pois somos muito rígidos. Não recebemos visitas, não saímos de casa, então o retorno das aulas me deixou um pouco insegura. Expliquei para minha filha, que já está com uma dose da vacina e comprei a PFF2, o que traz uma segurança a mais.  Porém, ainda me sinto insegura — contou.

Quanto à Giovanna, Melina conta que esse está sendo o primeiro contato da menina com a escola no formato presencial e, por isso, está muito animada.

Ela não chegou a ir para a escola. Quando começou, aos 3 anos, entrou a pandemia, então, ela só fazia as atividades remotas. Só de nomear os materiais e falar que vai para a escolinha, fica toda feliz. Para ela, essa é a melhor coisa no momento — disse.

Porém, para Melina, a situação epidemiológica atual que a cidade enfrenta, ainda não era ideal para o retorno obrigatório das aulas presenciais.

Na minha visão, ainda não era o momento. Eu acho que deveria esperar esse pico que estamos enfrentando, com a Ômicron e todo mundo se infectando. Essa volta às aulas poderia esperar mais umas duas semanas — completou. 

Protocolos

Tanto a rede municipal quanto a estadual seguiram as orientações da 7ª versão do Protocolo Sanitário de Retorno às Atividades Escolares Presenciais, da Secretaria do Estado da Saúde (SES-MG), além das deliberações do Comitê Extraordinário Covid-19. 

O documento diz que é obrigatória a utilização de máscaras e que, cada estudante deve levar uma máscara limpa para que seja feita a troca periódica ou caso a mesma se mostre úmida ou suja. Deve haver, também, controle do fluxo de entrada, evitando aglomeração.

Garrafas de águas e lanches, caso a unidade escolar permita, devem permanecer com o estudante a todo o momento e não poderão ser divididos. As refeições serão feitas, de preferência, em locais abertos, com boa ventilação, evitando também a aglomeração dos estudantes. Álcool em gel está sendo disponibilizado, além da higienização das mesas e cadeiras a cada troca de grupos para as refeições. 

Além disso, janelas e portas ficarão abertas para a circulação de ar e todos os locais deverão ser desinfectados após o contato com os alunos. Todas as salas precisarão passar por um processo de limpeza após o término das aulas.

Quanto à possibilidade de suspensão das aulas, a mesma só se fará necessária, caso mais de 30% dos estudantes, apresentem o diagnóstico de covid-19. Com o resultado positivo, professores e alunos devem se manter afastados da escola por cinco dias após a confirmação do resultado.

Universidades

Quanto aos mais velhos, a situação ainda é de incerteza para os alunos, com volta gradativa em algumas universidades e outras não. 

No Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cetet-MG), Centro Universitário UNA, Faculdade Pitágoras e na Unifenas, a volta já vem acontecendo desde o ano passado, de forma gradativa, à medida que os índices epidemiológicos da cidade vão sofrendo alterações.

Na Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), por enquanto, o estabelecido foi a volta de 75% dos servidores, incluindo chefias, docentes, técnicos e colaboradores terceirizados, com possibilidade de revezamento, a partir do dia 14 de fevereiro. A volta total dos funcionários está prevista para o dia 3 de março e o retorno das aulas presenciais, estão previstas para 7 do mesmo mês, podendo ainda, sofrer alterações.

A UFSJ, ainda, esclareceu que, com a volta das atividades presenciais, será obrigatória a apresentação do documento que comprove o esquema vacinal completo contra a covid-19 o que é válido para docentes, técnicos administrativos, discentes e colaboradores terceirizados.

Já a Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), que tem o próximo período previsto para abril, ainda não tem uma posição quanto ao retorno das atividades presenciais e nem sobre a comprovação do esquema vacinal.

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