Quilo do feijão está quase 16% mais barato

Queda no preço impacta diretamente na mesa do brasileiro

 

Jorge Guimarães

Depois de custar quase R$ 10 em alguns meses da pandemia, o preço do quilo do feijão está mais barato nos supermercados e outros pontos de venda, em especial o carioquinha, o mais consumido no país. Indispensável na mesa do brasileiro e principal ingrediente na dupla com o arroz, o produto nos meses de junho e julho teve uma queda expressiva de preço na cidade. 8,41% e 15,91%, respectivamente, é o que aponta a pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-sociais (NEPES) da Faculdade Una Divinópolis. 

Preços

A reportagem esteve ontem em uma loja de rede de supermercados e constatou que os preços do feijão carioquinha varia entre R$ 3,99 e R$ 5,75, dependendo da marca e tipo. Já o feijão preto, também muito consumido no país, dependendo da região, era vendido a partir de R$ 6,79.

— Na época da pandemia, muitos consumidores foram aos mercados e compraram em grandes volumes. E como é a lei da oferta e da procura que rege o mercado, os preços dispararam, não só do feijão, mas de um mix muito grande de produtos, principalmente os de primeiras necessidades — explica o gerente de uma loja de rede, Walter Wagner. 

Conforme ele, a partir de agora, com as safras recordes de grãos e o consumidor mais consciente, os preços vão se adequando à realidade. 

— Olha para você ver, hoje estou com um pacote de cinco quilos de arroz agulhinha, tipo 1, de marca renomada, sendo vendido a R$ 18,99. Outro item que vem caindo de preço é o óleo de soja, saindo a R$ 4,99. Tudo isso impacta positivamente no nosso prato de cada dia — completou.

Para a dona de casa Karina Dias, o caldo de feijão, nesta época do ano é uma tradição de família. 

— Lá em casa é lei. O caldo de feijão nas noites frias sempre é bem-vindo, apesar que este ano não fez muito frio. Mas a gente toma assim mesmo, ainda mais que o preço do feijão baixou — disse Karina. 

Campo

O mercado é regido pela lei da oferta e da procura, mas quem dita as regras é o campo.

— Os preços de muitos itens, como o do feijão, são regidos pela lei da oferta e procura. Assim, dependendo do resultado do campo, o mesmo se registra nas gôndolas dos pontos de vendas.  E a queda nos preços é a confirmação da boa safra, chamada de safra das águas, que começou a ser colhida em maio, e refletiu nas no preço para o consumidor final — definiu o economista  Leandro Maia. 

Feijoada

Se o arroz com feijão não pode faltar na mesa do brasileiro, outra iguaria tradicional que também é muito consumida, é a feijoada, um dos destaques nos cardápios dos mais variados estabelecimentos que oferecem refeições, na cidade.

— A feijoada sempre fez parte do cardápio da casa, mas com poucas saídas em outras épocas do ano. Neste período agora e, com o preço do feijão baixando, deu para colocá-la em dois dias da semana e, com certeza de que, ao final, não vai sobrar nada. No dia que tem feijoada os outros pratos praticamente não saem. É aproveitar a baixa de itens como o feijão, arroz e óleo, para fazer algumas promoções nos tradicionais pratos feitos (PF) e em especial no campeão de vendas, a feijoada — detalhou o gerente de um comércio alimentício, Paulo Santos.

— E assim, minhas vendas cresceram em média 10% a 15% em relação a igual período do ano passado — revelou.

Brasil

Segundo dados do Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), o  carioca teve uma queda de 28% no preço das sacas neste primeiro semestre de 2023. Ainda segundo o Instituto, a saca de 60kg do grão estava em R$ 365 aos empacotadores na segunda quinzena de janeiro, e, neste mesmo período de junho, a saca custou R$260.

 

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