Querido Papai Noel,
Querido Papai Noel,
Será que vai ter um dia,
em que a pobre Dona Maria
tenha casa e tenha escola,
não precise de esmola,
e campanha de brinquedo
quando chega o Natal?
Será que vai ter um dia
em que todo mundo, afinal,
seja menos desigual,
que um não explore o outro,
repartindo presentinho,
estragado e quebrado,
cesta básica e carrinho?
Querido Papai Noel,
será que vai ter um dia,
em que nesta cidade
haja mesmo dignidade
sem precisar, no Natal,
de campanha de bondade,
e de solidariedade?
Querido Papai Noel,
juro que até faz medo
o seu saco de brinquedo,
cheio de quinquilharia
De plástico e de papel
Com musiquinha enjoada
e jingobel...
Querido Papai Noel,
Querido São Nicolau,
não deixe que vença a ganância
usando pobre e infância
pra ganhar mais uns trocados
e com chantagem emocional
estragar logo o Natal
festa de luz e alegria,
presépio e cantoria
de anjinhos cantando
com amor e piedade:
“Glória a Deus nas alturas
E paz na terra às criaturas
cheias de boa vontade”.
Querido Papai Noel,
Chegue pro lado, um pouquinho,
e deixe livre o caminho,
do Menino Jesus Cristinho,
tão triste e tão sozinho...
Querido Papai Noel,
Ajude este mundo cruel
Repartindo amor no atacado
E fraternidade a granel.
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De apelidos
Dona Lindu é o apelido da senhora, mãe de família, que resolveu descer para S. Paulo a fim de que sua penca de filhos arranjasse emprego melhor, e que talvez até pudesse estudar. Luiz Inácio da Silva era um dos filhos de Dona Lindu. Inteligente, forte, bonitão, logo se colocou muito bem e ajudou os irmãos todos e Dona Lindu ficou muito feliz. Seu apelido até veio a ser nome de universidade por aqui. Bom de fala, saltitou para escala mais alta indo ocupar o honroso trono de presidente da República.
Cumpriu, gostou, sente saudade do poder. Claro. Quem não gosta?
Rastreado, nesta altura, Luiz Inácio já era o Lula. Cumpriu, rodeado de admiradores e invejosos. E apelidos: Luiz Inácio, Lula da Silva, agregando novos apelidos, nem todos a favor, por exemplo, colunista da Folha de S. Paulo se refere a ele como “O ex-presidiário Lula”.
No começo, o leitor se inquietou pelo apelido, depois, se aquietou. Ou talvez a Dona Censura tenha desistido. Afinal, o povo tem mesmo memória curta.