Que ninguém se iluda

Batendo Bola

 

José Carlos de Oliveira

 

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Que ninguém se iluda

Bastou a seleção brasileira de futebol alcançar alguns resultados positivos contra equipes medianas do futebol mundial para que alguns comentaristas de plantão passassem a colocar o time comandado pelo técnico gaúcho Tite entre as seleções favoritas para conquistar a Copa do Mundo do Qatar, que excepcionalmente este ano será disputada no fim do ano, para evitar o forte calor dos meses de junho e julho no Oriente Médio. 

Podem até sonhar com essa realidade, mas certamente estarão bem longe da verdade.

 

Mais que a obrigação

Para começo de conversa, ser a primeira colocada nas eliminatórias da América do Sul e vencer amistosos frente equipes como Coreia do Sul e Japão não são credenciais que levem nenhuma seleção ao sucesso. É preciso bem mais que isso para mostrar alguma credibilidade. Até aqui a seleção canarinho não fez mais que a sua obrigação. E ponto final.

 

Falta futebol

A seleção canarinho pode até ter atletas que estejam entre os melhores do mundo, mas está anos-luz de ser um time do qual possa se dizer a mesma coisa. Para se colocar entre os melhores, entre os favoritos, o Brasil terá que jogar muita mais bola do que mostrou na manhã de segunda-feira, na vitória magra sobre o Japão (1 a 0, com gol de pênalti cobrado por Neymar) e na goleada de 5 a 1 frente a Coreia do Sul, resultados que qualquer boa equipe do Brasil poderia alcançar sem muito esforço. Como seleção, como escrete dos melhores da terra do futebol, é bem pouco. A verdade é que isso não é nada, e esse time continua a não passar segurança para a torcida.

 

Menos, bem menos

O que se dirá então de ser uma das favoritas ao título no Qatar.  Menos, pessoal, bem menos! Muita água ainda tem que passar debaixo da ponte para que o Brasil volte a ser o País do futebol. Tem que mostrar futebol é em campo, e não pelos microfones de rádios e TVs e nem mesmo pelas páginas de jornais.

 

América voando alto

A volta do técnico Mancini parece ter feito muito bem ao América, que faz um grande início de campeonato brasileiro, em sua Série A, se credenciando até aqui a garantir (mais uma vez) uma vaguinha na disputa da Copa Libertadores 2023. Certo é que ainda seja muito cedo para se fazer qualquer prognóstico e a posição do Coelho na tabela – 5º lugar, com a mesma pontuação do 4º, o Coritiba, e do São Paulo e do Internacional, que aparecem logo abaixo, com os mesmos 14 pontos somados – possa até ser enganosa, mas são os resultados obtidos em campo que passam credibilidade e esperança a seus torcedores.

 

Parte de cima

E contra isso não há argumentos. E se mantiver a mesma regularidade daqui até o fim do Brasileirão, num ano em que a competição está muito nivelada, não tenho dúvida em afirmar que o Coelho tem todo o direito de sonhar em terminar a competição na parte de cima da tabela. Para o título o futebol ainda é pouco, mas para beliscar uma vaguinha na Libertadores é, sim, uma possibilidade bem real neste momento.

 

Empate para ser comemorado

O Atlético do técnico argentino Antonio Mohamed, o Turco, ainda não passa credibilidade à Massa, mas vai aos poucos galgando alguns degraus que fazem sua torcida acreditar em tempos de glória ainda nesta temporada. O futebol ainda não é o dos sonhos, mas já mostrou evolução nas últimas rodadas.

E no empate do fim de semana – 0 a 0 com o Porco na capital paulista – é, sim, um resultado para ser festejado. Foi um pontinho conquistado pelo Galo no quintal inimigo e dois que ele impediu o rival de alcançar. 

E neste campeonato maluco e nivelado, como vem sendo o Brasileirão 2022, este é, sim, um resultado que não pode de modo algum ser desprezado.

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