Quando o mínimo vira o máximo

Preto no Branco

"Obrigado" tornou-se uma das palavras mais ditas nos pronunciamentos da Câmara. Agradecer é um gesto de reconhecimento e de valorizar quem merece o crédito. No entanto, alguns discursos têm se resumido a agradecimentos. A atitude aponta para a situação vivida pela cidade nos últimos anos. Muitas regiões sofreram com a falta de investimento e políticas públicas em governos anteriores, pelos mais diversos motivos. A triste realidade faz com que obras simples, como pavimentação e iluminação, sejam prioridades nos discursos dos vereadores. Talvez tenhamos nos acostumado com a mediocridade que qualquer buraco fechado parece ser digno de nota.

Espetáculo apenas dentro de campo

Duas imagens marcaram o jogo entre Atlético e River Plate, nesta quarta-feira, em Belo Horizonte. A primeira foi o golaço, de voleio, de Zaracho, abrindo o placar que terminaria em 3x0. O segundo não foi de alegria, mas, usando as palavras do próprio atleticano e prefeito de BH, Alexandre Kalil, “irresponsabilidade”. Dentro e fora do estádio, aglomerações foram registradas, ferindo os protocolos previamente estabelecidos pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). O prefeito se mostrou satisfeito com o resultado em campo, mas, fora dele, desaprovou a situação e deve chamar Atlético e Cruzeiro para evitar que as imagens se repitam. Conforme autorizado, o estádio liberou apenas 30% de sua capacidade, recebendo cerca de 17 mil torcedores.

Apressar não resolve

Estamos todos ansiosos pelo retorno à normalidade, seja na economia, na educação, no esporte… Mas apressar a volta não é a solução. Como registrado em Divinópolis, já há casos de covid-19 em escolas, que precisaram suspender suas atividades presenciais. Essa é uma realidade não apenas da cidade, mas também de outras regiões do estado. Se as unidades educacionais, mesmo com rígidos protocolos e limitação de alunos, estão vulneráveis à contaminação, o que se esperar de uma partida de futebol com 17 mil torcedores? Um espaço onde não se é possível controlar o distanciamento e o uso obrigatório da máscara; onde o grito é predominante; onde a emoção aflora e a comemoração com um abraço é quase inevitável. E, como já vimos em outras competições, está longe de ser impossível fraudar o comprovante de vacinação e resultados de teste de covid-19.

Marca

Divinópolis alcançou uma marca feliz nesta semana: 200 mil doses de vacinas aplicadas contra covid-19. A primeira dose foi aplicada em 19 de janeiro deste ano. A escolhida foi Fernanda Candida da Costa, técnica em enfermagem, 34 anos, que atua na UTI e enfermaria do Hospital de Campanha contra a Covid-19 em Divinópolis, desde o início de suas atividades. Passados 242 dias, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) alcançou a marca celebrada nesta quinta-feira de 200 mil doses de vacinas. 

Ainda há um longo caminho

Tão importante quanto a marca é garantir que os cidadãos voltem aos pontos de vacinação para a segunda dose. Segundo a vice-prefeita, Janete Aparecida (PSC), um dos principais objetivos é garantir o maior número de pessoas vacinadas em cada faixa etária. Até o momento, cerca de 70% das pessoas que podem se imunizar já receberam uma ou duas doses. Em cada idade, esse indicador sobe para 90%. No entanto, não há cronograma de vacinação para outras idades, visto a inconsistência do fluxo de envio de doses. 

 

 









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