Preto no Branco: Um horror

Confesso que há um bom tempo não assistia às reuniões da Câmara. E como diria algumas pessoas: "você não perdeu nada"! Realmente. Um horror. Na verdade, a reprise do que se vê na maior parte desta legislatura. Uma das piores da história do Legislativo, se não for a pior. Falas desconexas, acusações a secretarias do Executivo e pedidos atendidos pelo prefeito. E segue: "pedi ao prefeito isso aquilo", "fui em tal lugar com ele", "eu falo mesmo e não tenho medo de ninguém". E por aí segue. Sem nenhum projeto em pauta, o encontro  que teve a ausência do presidente da Casa, Eduardo Print Júnior (PSDB) que cumpriu agenda em Brasília, não durou muito. Também, render, para quê? Além da falta de assuntos importantes e interessantes, as poucas cadeiras ocupadas, na hora das falas dos colegas, permaneceram vazias. Aliás, isso é frequente. Se uma pessoa não respeita um colega  que está ali representando a população, vai valorizar seu eleitor? 

Pediu a cabeça

No fim do encontro de terça, a monotonia foi quebrada com a atitude ainda não vista do líder do governo, Edson Sousa (Cidadania), pelo menos desde que aceitou o cargo. Fez duras críticas ao secretário de Obras e Serviços Urbanos, Gustavo Mendes, e até pediu sua cabeça. Toda ira foi porque ele autorizou a limpeza dos terrenos em frente ao estádio do Guarani. O mesmo que a Prefeitura trocou com uma empresa privada e é alvo de denúncia no Minsitério Público  (MP). Sousa não fala em nomes, mas afirma saber que a atitude partiu de colegas vereadores. Em reuniões anteriores, esteve possesso com a situação, que culminou, nos novos alvos, o secretário e sobrou até para  Gleidson Azevedo (PSC). Disse que havia pedido ao prefeito para não limpar, mas levou dele "um coice de elefante". Resta saber qual dos dois  vai cair do cargo com essa "pancada". Gustavo ou o próprio Edsom. 

Lá vem bomba 

O problema é que, caso Edsom deixe o cargo ou seja convidado a sair, não tem um nome que se pense de imediato para ocupar seu lugar. Isso porque há muito, não se vê na Casa, um líder "defender com unhas e dentes", quem ele representa. Expressar a opinião de quem ele defende, por exemplo, durante as votações. Apresentar e defender com ênfase os interesses do governo. Não fazendo este papel, os opositores "nadam de braçada". Por isso, a experiência conta muito. O próprio Edsom e Rodrigo Kaboja (PSD), são exemplos para este papel. Se com um nome de respeito atualmente, Gleidson recebe uma enxovalada de críticas, imagina se ficar sem ninguém por um período ou nomear alguém inexperiente? Haja escudo para se defender dos ataques. 

Quem são? 

Se quantidade significasse qualidade, Gleidson não precisaria se preocupar, quando o assunto é oposição. Na atual composição, ele tem a maioria na Câmara. São declarados contrários apenas Ademir, Roger Viegas (Republicanos), Print e o último a entrar no grupo Flávio Marra (Patriota). Os quatro têm feito críticas constantes e ferrenhas. Dos outros 13, Ilton de Aguiar (MDB), Josafá Anderson (Cidadania), Ney Burguer (PSB) e Rodyson Kristnamurti (PV), costumam se posicionar contrários apenas em alguns assuntos, mas raramente, não votam com o Executivo. Ilton e Ney pegam muito no pé, é do secretariado. Sobraram então nove, que, se nada mudar, são totalmente favoráveis à administração. Mesmo se os quatro que às vezes, não apoiam forem contrários, ainda sobra a maioria. No entanto, como quantidade jamais significará qualidade, nunca é demais ficar com “um olho no peixe, e outro no gato".

 

  

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