Preto no Branco: tribunal da internet
Tribunal da internet
O fim de semana foi de redes sociais pipocando e a cidade, em polvorosa com a decisão da Comissão Processante da Câmara. Desde o momento em que o Agora publicou em primeira mão o relatório, isso — na tarde de sexta-feira — os favoráveis e contra a decisão, assumiram o papel de advogados, Ministério Público e Justiça, apresentando os mais diversos pontos de vista. O que já era esperado em tempos de internet a todo vapor e ano eleitoral. Não que as pessoas não devam se manifestar, é democrático e fundamental, mas não como donos da verdade e partindo para ofensas. Afinal, a comissão fez seu trabalho da forma que entendeu que deveria ser feito, e isso precisa ser respeitado. Agora são as próximas etapas, como ocorreu ontem na votação dos vereadores, pressionados desde a publicação do relatório, pelo tribunal das redes sociais.
A decisão
E a segunda-feira não amanheceu diferente. Vídeos, mensagens... Políticos que já ocuparam cargos, pré-candidatos, apoiadores e contrários aos vereadores afastados. Como a reunião foi à tarde, a manhã se tornou pequena para tantas manifestações e tentativa de mudar de ideia algum vereador em seu voto. Tentativas válidas, mas na verdade, cada um certamente, já tinha seu posicionamento em mente. Sem contar, que, a principal preocupação da maioria neste momento é uma possível reeleição. Nem que para isso, precise atropelar suas convicções. Afinal, a opinião do povo a respeito da situação e sobre quem votou tem um peso imenso. O que só se faz ter a certeza que desde quando o egoísmo domina a política o certo e o bem geral, perderam os valores.
2x1
Contrário o pensamento de Edsom Sousa (CDN), o relatório da Comissão Processante reconheceu por com as opinião de Ney Burguer (PSD) e Zé Braz (PV), a prática de infração de natureza político-administrativa por partes de Eduardo Print Jr (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD), os quais negam as veetemente as acusações. Para Sousa, a condução do processo pode ser questionada em diversos pontos, havendo o risco da Câmara punir os vereadores afastados e, futuramente, eles serem inocentados do processo criminal em curso na Justiça. Por isso, preferiu se abster. Foi muito criticado pela posição. No entanto, como os outros membros, tem seu ponto de vista. Além disso, sua experiência em situações semelhantes, ao longo de tantos anos no Legislativo, deve ser levada em conta.
Firmes na posição
Mesma avaliação e respeito precisam ter Ney Burguer e Zé Braz. Na análise dos dois" não há dúvida do cometimento de ato incompatível com a dignidade da Câmara que importe em quebra de decoro parlamentar". Se encontraram elementos para isso, não há o que dizer. Foram corajosos e firmes nas suas posições, mesmo arriscando suas pretensões políticas em ano eleitoral. Isso não é qualquer um que faz, como dito no tópico acima sobre egoísmo e mira do próprio umbigo. Posicionaram contra, inclusive, à Procuradoria da Câmara, que se manteve com a postura de que a denúncia não deveria prosseguir desde o início, uma vez que o processo criminal deveria ser concluído primeiro antes de "qualquer juízo de culpabilidade em relação aos acusados". A situação esteve tensa na Câmara durante as cerca de quatro horas, entre protestos, leitura, discursos e votação. O resultado foi favorável aos dois vereadores, que comemoraram junto aos seus apoiadores. Do outro lado, reclamação e revolta de quem esperava vê-los fora da Casa. Faz parte do processo.
Na área
O governador Romeu Zema (Novo), marcou presença no ponta pé para o início da instalação do gasoduto. A solenidade foi no Centro de Operação Logística Centro-Oeste, em Juatuba, ontem pela manhã. O início das obras foi confirmado na semana passada pela Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig). Estão previstos cerca de 300 quilômetros de gasoduto beneficiando Betim, Sarzedo, São Joaquim de Bicas, Igarapé, Juatuba, Mateus Leme, Itaúna e Divinópolis. Desejo antigo de empresários, que, enfim, sai do papel. A expectativa agora é que Zema faça o mesmo, muito em breve, no início das obras do Hospital Regional.
Comentários
