Preto no Branco: Caos

Caos 

O mosquito Aedes aegypti mostra a cada dia de 2024 que realmente não está para brincadeira. Há muito anos,  as doenças transmitidas por ele não faziam tantas vítimas, especialmente em Minas Gerais. A quantidade de casos, procura por atendimento médico, internações e mortes falam por si só. As unidades de pronto-atendimentos lotadas cotidianamente escancararam a realidade da pandemia aí instalada. No entanto, outra realidade preocupa ainda mais: boa parte da população doente e amedrontada, é a mesma responsável pela proliferação do mosquito, pois não cuida do seu próprio quintal. Lamentável. 

Emergência 

Como a maioria depende do serviço público de saúde, o resultado é a incapacidade no atendimento à alta demanda. Por isso, medidas paliativas e de emergência são necessárias. Exemplo é o ambulatório montado pela Prefeitura de Divinópolis ao lado da Policlínica, onde funcionava o Pronto- Socorro. Centenas de pessoas já passaram por lá e segue lotado todos os dias. Um hospital de campanha, nome dado à época da pandemia da covid-19, começa a ser montado em Belo Horizonte devido ao colapso na rede pública na capital mineira. A realidade nua e crua está aí. Só não vê quem não quer.

Afastamentos 

E a alta na procura por atendimentos não é o único problema enfrentado em Divinópolis. A Prefeitura divulgou nota lamentando o grande número de profissionais de saúde que estão afastados de suas funções por motivos de doença, principalmente dengue e covid-19 que voltou a todo vapor. O problema é que mesmo a Secretaria Municipal de  Saúde fazendo o impossível para não deixar a população desamparada, não há número suficientes profissionais para cobrir os que estão doentes, impactando de forma significativa a assistência à comunidade. O que fazer? Apenas entender a situação, infelizmente.

De volta 

Como era esperado, a covid-19 voltou com força total, após o carnaval e já há registros de mortes.  Brasília foi uma das primeiras cidades a registrar mortes pela doença. No entanto, Minas Gerais já enfrenta a situação. Duas pessoas perderam a vida no Triângulo Mineiro, uma mulher e um homem. O que mais preocupa é que elas não tinham comorbidades, e apenas uma delas, a da capital federal, não havia tomado as vacinas. E especialistas alertam que o vírus nunca deixou de circular na população, e há uma nova onda em curso. Além disso, mesmo que menos intensa do que o vivido entre 2020 e 2022, a situação preocupa. Prova disso é o registro de mortes. Todo cuidado é pouco.

Severo

Diante do aumento de casos, o diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, afirma que  no Brasil, o quadro “ainda é muito severo”. Ele recomenda que o país mantenha um foco em medidas como distanciamento físico, reforço na higiene, evitar a aglomeração de pessoas e o apoio à população, sobretudo, a mais vulnerável, que enfrenta dificuldades para manter as medidas recomendadas. No entanto, para isso, é preciso um trabalho para garantir que o sistema de saúde suporte o número de pacientes. Fato. Mas, a pergunta é: como? Se não estão dando conta nem com a dengue. Agora, mais do que nunca, é preciso que cada um cuide de si, pois com certeza, ninguém quer enfrentar o vivido em 2021 e 2022.

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