Preto no Branco: 26/10/2023
Estarrecedor
Talvez este adjetivo resuma a conclusão do inquérito da Polícia Civil no caso Lorena Marcondes. As investigações encontraram provas robustas que incriminam a biomédica numa série de negligências. Além de não ser habilitada para realizar o procedimento que levou a paciente de 46 anos à morte, não havia o mínimo de estrutura na clínica, nem mesmo um aparelho para aferir pressão. E tem mais: Iris Martins não foi a única vítima, sim a de consequências drásticas, outras por pouco não tiveram o mesmo destino. Conforme relato do delegado responsável pelas investigações, no momento em que as pacientes deliravam de dor durante as intervenções, a biomédica dizia para elas que estavam precisando rezar, que era falta de Deus. São 700 páginas de inquérito que detalham todos os meandros do dia 08 de maio até o fim da última semana, quando foi concluído. O mais triste de toda essa “história de horrores” é que os pacientes eram enganados e iam fazer o procedimento na certeza de que não era invasivo. Diante de fatos como este, se tem a certeza de que não existe crime perfeito, e a colheita vem de acordo com o que plantamos. Isso é fato.
Infidelidade
Sete meses depois de Zé Brás ser convidado a deixar o Partido Verde, e não aceitar, nem sequer responder à direção do partido, foi expulso. Talvez por não acreditar na possibilidade, o vereador não tomou providências. A decisão é do comando da sigla em Minas Gerais e a justificativa é infidelidade partidária e foi tomada após a Comissão de Ética do PV de Divinópolis, analisar fatos em relação à conduta do vereador, que teria agido em desacordo com os interesses e orientações partidárias. A sigla alega ainda que as posturas divergentes em votações-chave no Legislativo demonstraram uma desconexão entre a atuação política de Zé Brás e os ideais que o partido defende. No fim da reunião da Câmara desta terça-feira, o presidente da legenda em Divinópolis, Rodyson do Zé Milton, leu o relatório que crava a expulsão. Vale ressaltar que cabe recurso, e pela manifestação do vereador, ele acredita que conseguirá reverter a decisão. Tanto que não tem nenhum partido em vista. Os próximos dias, dirão.
Ataque invisível
Como se não bastasse tantos problemas para se enfrentar, como a diminuição de repasses do governo federal que pode deixar muitos municípios em situação caótica, e as constantes demandas na Saúde, o Executivo divinopolitano teve que lidar nesta semana com um inimigo invisível. A prefeitura sofreu um ataque hacker. A inconsistência afetou diversos serviços internos e externos e causou transtornos. Ainda bem que a situação já foi normalizada. A empresa Sonner prestadora do serviço já enfrenta um processo instaurado pela Prefeitura. O ataque foi no sistema nacional e afetou os protocolos, mas houve vazamento de dados pessoais do Município. Menos mal!
Líder de mortes
O câncer de mama continua sendo o que mais afeta as mulheres e, consequetemente, causa suas mortes. Em 2022, foi a doença que mais matou as mulheres mineiras, um total de 1.793. Neste mês, quando se promove a campanha Outubro Rosa, de conscientização sobre a importância da prevenção, várias ações são realizadas em todas as regiões mineiras. Dentre deste contexto, a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou ontem audiência pública para debater o tratamento da doença e o cenário da reconstrução mamária no Estado. O autor do requerimento para o debate foi o vice-presidente da Comissão de Saúde, deputado Doutor Wilson Batista (PSD). Na sua avaliação, a medicina tem evoluído muito no combate ao câncer de mama com novas técnicas e abordagens para o tratamento, mas o acesso da população continua difícil. Além dessa dificuldade — em algumas cidades, pacientes aguardam até um ano para a realização da mamografia — é preciso destacar o cenário da doença e buscar ajuda para estas mulheres durante todo ano, só assim, tem-se esperança na redução dos números.
Surto descartado
Por falar em doença, a preocupação das autoridades em Saúde no Estado nos últimos dias, gira em torno da morte de três crianças em São João del Rei. Médicos da rede assistencial da cidade passaram ontem por um treinamento sobre como detectar casos de amigdalite bacteriana. A ação coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas (SES) aconteceu após três crianças da cidade, com idades entre 3 e 10 anos, morrerem com a suspeita da doença. Outras quatro seguem internadas e são acompanhadas pela Vigilância em Saúde. Além disso, dezenas foram levadas a postos de saúde e hospitais com os mesmos sintomas. Apesar disso, representantes da área no Município descartam um surto. A suspeita é que os pequenos tenham sido infectados pela bactéria Streptococcus, a principal causadora da doença. Surto não pode ser, mas preocupante, não resta dúvida, afinal não é comum a amigdalite matar desse jeito. Todo cuidado é pouco.