Preto no Branco: 23/02/2024

‘Facada nas costas’ 

Os depoimentos de Rodrigo Kaboja (PSD) e Eduardo Print Júnior (PSDB) encerraram ontem, as oitivas programadas pela Comissão Processante nomeada na Câmara para apurar recebimento de propina na aprovação de projetos por parte dos vereadores. Teve de choro à acusação de perseguição política. O primeiro a falar foi Kaboja que negou todas as acusações, chorou e disse que levou uma “facada nas costas” de Gleidson Azevedo (Novo), pois levou os empresários à Prefeitura em busca de solução para algumas demandas. Sobre as acusações, o prefeito disse o seguinte: “ Já viu alguém assumir que é criminoso”? A verdade é que enquanto não houver a conclusão das investigações para se saber quem fez o quê, “essa troca de farpas” vai continuar. 

Perseguição política 

Com Print Júnior não foi muito diferente. Negou tudo que pesa contra ele e apontou situações que, na sua opinião, são vagas . Entre elas, não haver imagem do dinheiro sendo entregue na sua empresa e não se saber para quem entregou. Acusou o prefeito de vingança por causa das críticas que fazia contra ele na Tribuna Livre, em especial a compra na Secretaria de Educação com suspeita de superfaturamento. Resumiu numa colocação dita muitas vezes antes: “perseguição política”. Para estas pontuações de Print, Gleidson respondeu: “Então o Ministério Público está perseguindo, pois é lá que estão as provas robustas”! Como não é de hoje que a relação entre o vereador e o prefeito azedou, nenhum dos dois deixa barato quando são questionados sobre o que um ou o outro falou. Os termos são até mais ácidos e não tem cara de pelo menos amenizar, tão cedo. 

Proteção à mulher 

Medidas protetivas, campanhas, aprovação de leis e prisões. Nada disso parece ser suficiente para impedir o crescimento da violência contra mulheres. Neste sentido, mais um projeto foi apresentado em nível de Estado.  É o PL 2.139/20, que trata da comunicação de violência contra a mulher em estabelecimentos comerciais, aprovado em 1º turno na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta última quarta-feira.  A proposição, de autoria da deputada Ione Pinheiro (União Brasil), tem o objetivo de facilitar o recebimento de denúncias usando algumas facilitações, como a criação e divulgação de um sinal a ser utilizado que poderá ser dirigido a atendentes de estabelecimentos comerciais e de repartições públicas. Interessante e sem dúvida, importante nesta luta que parece não ter fim. 

Armas nas escolas

Apesar de terem reduzido , as ocorrências nas escolas envolvendo armas ainda preocupa e foi tema de ampla discussão em nível nacional e apresentação de propostas. Nesta linha, a ALMG, apresentou um projeto também de grande relevância. Combater o uso de armas brancas nas escolas do Estado é o objetivo do Projeto de Lei (PL) 571/23 que, como o de combate à violência contra a mulher, recebeu parecer favorável em 1º turno favorável. O projeto, de autoria do deputado Mauro Tramonte (Republicanos), teve como relatora a deputada Lohanna França (PV). De grande valia, não resta dúvida. Afinal tudo passa pela educação, além de os fatos ocorrerem justamente nas unidades de ensino, onde deveria ser o local mais seguro depois das residências. Além do mais, campanhas de conscientização são sempre bem-vindas.

Bom para a cidade 

A empresa de gestão de fundos de investimentos canadense Brookfield passou a ser a maior acionista da VLI, companhia logística brasileira que opera ferrovias, terminais e portos, responsável pela gestão de cargas e trilhos em Divinópolis.  A gestora anunciou na última sexta-feira, ter comprado metade das ações que pertenciam à empresa japonesa Mitsui. O conglomerado japonês tinha 20% da VLI e agora ficou com 10%. Já a Brookfield ampliou sua participação de 26,5% para 36,5% na empresa, ultrapassando a Vale, que até então era a maior acionista, com 29,6%. O valor da transação não foi divulgado por um acordo entre as partes.  Para os conhecedores da história Rede na cidade e que viram passar todos os processos, a aquisição pode ser vantajosa para o Município, já que Brookfield tem uma abertura maior para o transporte de carga geral. Aguardemos!

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