Preto no Branco: 09/11/2023
País do vexame
Ludmilla ter errado a letra quando cantava o hino nacional na abertura do GP de Fórmula 1, no autódromo de Interlagos, é o mínimo que acontece neste “país do vexame”. Sim. É desse jeito que o Brasil é visto lá fora. Pelo menos nos países sérios que tratam sua população com dignidade e prezam em ter leis rígidas e cumpri-las. Mas, também, o que esperar de uma nação que elege e reelege corrupto? Que não investe em educação para continuar usando o povo como “massa de manobra”? Onde políticos que deveriam dar o exemplo — representam muita gente que lhe confiou o voto, se alia a facções criminosas? E vai além: deixa o pobre morrer nas portas dos hospitais, passar fome e usa seu dinheiro para viver na mordomia. Sinceramente? Não dá para esperar muita coisa e nem ter esperança de mudanças.
Afronta e humilhação
Essa situação caótica que persiste há anos, levou muitos brasileiros a abandonar o país e se instalarem em diversos países, mundo afora. Uma estimativa do Itamaraty referente a 2022, mostrou 4,59 milhões morando no exterior. Praticamente o dobro da população de Belo Horizonte. É muita gente. O resultado dessa quantidade espalhada por diversos continentes, muitas vezes é humilhação sofrida. Nesta segunda-feira, por exemplo, uma brasileira de 35 anos foi vítima de xenofobia dentro do aeroporto de Porto, em Portugal. A mulher teria gravado os xingamentos da portuguesa, que aos berros disse que “essa raça está invadindo Portugal”. A brasileira acionou a segurança do aeroporto e começou a gravar, enquanto a agressora falou que poderia ter seu rosto filmado e, inclusive, publicado na internet. "Sua porca, vá para sua terra, sua porca. Sou portuguesa de raça, você que é brasileira vá para sua terra. Estão invadindo Portugal essa raça filha da p*", disse a agressora. Imagina se esta e outros tantos brasileiros tivessem um lugar decente para viver? Não precisavam passar por uma situação desta. Esta brasileira em questão, revelou que mora na Europa há mais de sete anos e que nunca vivenciou uma situação parecida. Ainda bem. Infelizmente em Portugal e em outros países também tem gente de conduta lamentável, como boa parte dos brasileiros.
Herança maldita
E por falar em nossos descobridores, onde aconteceu esse caso lastimável citado acima, por lá também, a corrupção costuma dar as caras nos poderes. Não por acaso, os brasileiros herdaram essa praga e se tornaram aprendizes eficazes. A notícia que veio de lá nesta semana é sobre o primeiro-ministro, o socialista António Costa, que apresentou ontem, sua demissão ao presidente da República, que a aceitou, em meio a um escândalo relacionado com negócios de lítio e hidrogênio no país. A investigação que atinge Costa, um dos poucos socialistas à frente de um governo na Europa, está relacionada com suspeitas de "malversação, corrupção ativa e passiva de funcionários públicos e tráfico de influência", na atribuição de concessões de minas de lítio e de produção de hidrogênio. Também ontem, o Ministério Público português fez uma operação de busca em vários ministérios e no gabinete do primeiro-ministro. Demissão aceita, as investigações prosseguem e já se fala eleições antecipadas. E assim, continua o barco que só balança em águas turbulentas, mas segue firme abrigando “os amantes das coisas alheias”.
Caça aos likes
Versão amadora e deplorável de Hollywood, Divinópolis vive nos últimos meses uma situação vergonhosa. Não falta mais nada para aparecer nas redes sociais. Tudo isso em busca de likes e seguidores. Impossível não ter vergonha e preguiça ao mesmo tempo. Neste ano que antecede as eleições municipais então... cada marmota! Imagine no ano que vem quando, o “salve-se quem puder” toma conta daqueles que buscam “um lugar ao sol”, melhor dizendo: uma cadeira para se assentar. Objetivo alcançado, a busca desenfreada por aparecer acaba? Esse é o sonho de centenas de pessoas, só que não. Termina a fase de buscar votos, começa as de: disputa de ego, acusações contra adversários, rasteiras e pais das obras. Ou seja, quem não tiver “saco” melhor nem assistir. Claro que em questões pontuais, como a citada no tópico acima, as redes sociais são importantíssimas. E era para ser assim, se todos soubessem usá-las.
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