Preto no Branco 07/09/2023

Quanta diferença! 

O que mais se viu na Câmara de Divinópolis na última e atual legislatura, foi a abertura de processo para apurar as condutas e responsabilidades de A ou B. Discursos inflamados, vídeos idem, movimentação e mobilizações no dia das reuniões, e fora delas. Mas, para quê, se na hora do "vamos ver" a maioria se acovarda? Tomara que agora vejam o exemplo dado em Belo Horizonte nesta semana. Lá, a maioria dos vereadores foram favoráveis à abertura de um processo que pode levar à cassação do atual presidente do Legislativo, o vereador Gabriel Azevedo (sem partido). Foram 26 votos para o seguimento da denúncia contra 14 abstenções apesar de que a metade mais um, não teve coragem de "dar a cara a tapa". O procedimento segue agora o rito normal, como as oitivas e a manisfestação da defesa do parlamentar. A previsão para conclusão são três meses. Para perder o mandato, pelo menos 28 vereadores precisam ser favoráveis à cassação. Como este número não foi atingido para a abertura do processo, é provável que isso não ocorra, no entanto, pelo menos foi aberto. Isso mostra a lisura na atitude dos que foram eleitos para representar o povo. Muito diferente daqui, onde no pensamento ‘pequeno’ da maioria, investigar significa cassar. 

Quebra de decoro 

 A denúncia contra o vereador foi protocolada pela ex-presidente do Legislativo da capital mineira, sua ex-aliada, e hoje deputada federal Nely Aquino (Podemos). A denúncia, que alega quebra de decoro parlamentar, foi apresentada no dia 28 do mês passado e contém motivações diversificadas, como atuação duvidosa e agressões verbais e  em uma CPI instaurada na Casa. Se por ventura Gabriel Azevedo for cassado, perde o mandato em seu primeiro mandato. Por aqui, motivos semelhantes ou até piores já foram colocados no crivo dos vereadores, mas... "Para um bom entendedor, assovio é fala"

Ameaça de morte 

 Bate-boca, agressões físicas e psicológicas, vídeos difamatórios e mais um punhado de práticas semelhantes. Horrível, mas é o que se vê ultimamente na política brasileira em toda extensão territorial do país. Este PB comentou na edição desta terça-feira o desentendimento entre o prefeito de Cláudio, Reginaldo Freitas (PSB) e o deputado estadual que representa o Município, Lucas Lasmar (Rede), quando teve até soco no rosto. Uma aberração testemunhada por muita gente, visto que foi num parque de exposições lotado. Se isso já passa de todos os limites da razoabilidade, que tal uma ameaça de morte? Sem nenhum exagero, é isso mesmo. O vice-presidente da Associação dos Municípios Mineiros (AMM), Hideraldo Henrique, teria ameaçado o presidente Marcos Vinícius Bizarro (PSD) porque travam uma disputa acirrada pela sucessão na entidade. A mensagem com a ameaça foi enviada para diversas pessoas, que atônitas, custaram a acreditar. E não é para menos. Sem querer fazer alusão ao sobrenome do presidente, não dá para crer que uma disputa de cargo chegue tão longe, mas é bem possível. Quando o ego, vaidade, perpetuação no poder e dinheiro estão em jogo, não se pode duvidar de nada. 

Defunto não preside 

Não dá para tirar a razão da incredulidade de quem recebeu a mensagem de autoria de Hideraldo Henrique, que também é prefeito de Boa Esperança. Diz em um dos trechos: se ele estiver disposto a enfrentar minha reação, eu não serei presidente e muito menos ele, pois defunto não preside nada". Heraldo que nega as ameaças revela que existe um acordo de alternância de poder para comandar a entidade. Marcos Vinícius ficaria à frente da Associação no primeiro ano e meio do triênio e Hideraldo a partir de dezembro deste ano. Porém, após as ameaças de morte, Marcos revela não ter mais acordo. Do outro lado, Hideraldo exige o cumprimento. Onde isso vai parar? Certamente, não apenas numa queixa-crime, se providências  urgentes não forem tomadas, antes que o fato ganhe rumos  desastrosos. 

Reincidente, sim! 

E toda esta polêmica citada acima, não é o primeiro episódio envolvendo o prefeito Hideraldo. O chefe do Executivo de Fabriciano foi denunciado em maio deste ano, por cuspir no rosto de um servidor que reclamou após ter um dia de trabalho descontado da folha de pagamento quando estava de atestado. Adversários políticos na cidade  revelam que o prefeito andaria armado e já teria outras ameaças no histórico. Pelo visto, "o buraco é bem mais embaixo"! Por aqui, os desequilíbrios mentais no meio são notórios, mas não chegou a este ponto ainda. Uffa!

 

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