Preto no Branco: 06/02/2024

Presencial, não!

A Comissão Processante que apura as denúncias contra os vereadores Eduardo Print Jr (PSDB) e Rodrigo Kaboja (PSD) segue com as apurações nesta semana. Na sequência dos depoimentos, o prefeito Gleidson Azevedo, seria o próximo, isso ontem, mas o chefe do Executivo optou por usar a garantia da Constituição que veda a convocação de chefe do Executivo para prestar qualquer esclarecimento para o Legislativo, e fazê-lo por escrito. A resposta foi dada à presidência da comissão por meio de ofício da assessoria jurídica do prefeito.  No mesmo documento, a resposta à convocação diz que Gleidson — autor da denúncia — está à disposição para prestar qualquer esclarecimento, desde que seja por escrito, por meio de requerimento. Assim, a comissão envia as perguntas para que sejam respondidas. Claro que a negativa na forma presencial ia dar o que falar. E não foi pouco. O que, certamente, vai ganhar mais notoriedade na reunião ordinária da Câmara hoje. No entanto, a Prefeitura garante que virá a público explicar a motivação antes disso. Aguardemos. 

Palco para tumulto 

O ofício de justificativa da Prefeitura alega que como é de conhecimento geral, a política na cidade cidade tem tomado rumos diferentes do que se esperava em um ambiente ético e de bom senso, e que a presença do prefeito, seja na Câmara ou em qualquer lugar por ele indicado, serviria de palco para distorção de fatos e tumulto. Sugere ainda que a comissão requeira ao Judiciário a remessa das provas colhidas na investigação realizada pelo Ministério Público, pois no material conterá o depoimento já prestado pelo prefeito. Acrescenta  que o chefe do Executivo está à  disposição para prestar os esclarecimentos por escrito, conforme dito no tópico acima. A decisão também cita o fato de ser ano eleitoral e os ânimos estarem exaltados. Isso é fato. No entanto, indo ou não à Câmara ou a outro lugar, Gleidson, que deve ser candidato à reeleição, vai enfrentar resistência, críticas, desgaste e ataques. Isso, infelizmente, faz parte da vida de uma pessoa que ocupa cargo público e dos processos eleitorais, em especial onde são mais acirrados, como em Divinópolis. Se ausentar não é a melhor escolha, principalmente, pelo fato de a denúncia ter partido dele próprio. 

Oitiva suspensa

Com a decisão do prefeito, sua participação estava suspensa até uma reunião entre os integrantes da comissão realizada ontem à tarde. Ficou decidido que o chefe do Executivo poderá depor por escrito. Edsom Sousa (CDN), único a não concordar, foi voto vencido. Como são 21 testemunhas a serem ouvidas, tem muita gente ainda para prestar esclarecimentos e, neste momento, o tempo é o principal desafio da comissão. Por isso, qualquer tempo perdido pode comprometer o trabalho. Assim, decisão acertadíssima. 

Sem vacina?

Em um vídeo meio aleatório, o governador, Romeu Zema (Novo), ao lado do senador Cleitinho Azevedo (Republicanos) e do deputado federal Nikolas Ferreira (PL) disse ontem dia do início do ano letivo 2024, que alunos da rede estadual terão acesso às escolas mesmo se não tiverem sido vacinados. O material divulgado em perfis nas redes sociais dos três políticos -, Zema não fala se os alunos estão dispensados de comprovar a imunização de quais vacinas.  No entanto, algumas estão no calendário obrigatório do Ministério da Saúde (MS). A coluna ouviu Cleitinho sobre qual ou quais vacinas Zema se referia. Ele disse que é a covid-19. Decisão que cabe questionamentos, visto, que, apesar da quantidade de doses já aplicadas e disponíveis, a doença não foi erradicada. Prova disso é que em Divinópolis, por exemplo, tem pessoas contaminadas. Alguém vai se responsabilizar pelos riscos?

Rótulos à pessoas

Um discurso de Romeu Zema na semana passada já tinha chamado a atenção. Em um evento  de lançamento do Plantão Integrado Acolhe Minas, destinado a auxiliar mulheres que precisarem de apoio e atenção em casos de violência durante os dias de carnaval, ele falou de “rótulos” dados a cidadãos. Conforme o governador, classificações podem ser “perigosíssimas”. “Se alguém é homem, branco, heterossexual e bem-sucedido, pronto: rotulado de carrasco”, frisou. E continuou: Parece que não pode ser humano. Mas, pode, sim. Qualquer rótulo é perigoso. Há político honesto e desonesto; empresário honesto e desonesto”, cravou. Alguém entendeu alguma coisa? 

Comentários