Preto no Branco: 02/11/2023

Se repetiu 

O que se viu na tarde desta terça-feira após o temporal que caiu na cidade foi o mesmo de todos os anos neste período. Os mesmos problemas praticamente e os locais também. Não porque não houve melhorias do ano passado ou anteriores para cá em alguns pontos específicos, mas têm situações que irão se repetir sempre que tiver uma chuva mais forte. São construções em locais inadequados, pontos baixos ou beira de córregos e rios. Além disso, impossível prever como será a chuva que irá cair, mesmo tendo equipamentos cada vez mais modernos que fazem as previsões do tempo. Agora, tem algumas atitudes possíveis e necessárias que precisam ser adotadas pela população. A principal delas, respeitar o meio ambiente. Na maioria das vezes, os temporais são consequência das ações do ser humano. É corte criminosos de árvores, invasão a matas protegidas, queimadas e toneladas de entulhos e lixos despejados nas ruas e nos rios.  E é incrível como essas pessoas não estão nem aí para nada, mas são as primeiras a reclamar quando “o bicho pega”. São incapazes de entender que “toda ação tem sua reação”.

Chamadas

Especialmente no temporal desta terça, foram contabilizados pelo Corpo de Bombeiros 38 chamados relacionados a ocorrências ligadas à chuva. E olha que a queda de água forte durou menos de duas horas. E que não faltam motivos para o pedido de ajuda. Semáforos que pararam de funcionar, árvores e galhos caídos, muros que desabaram, ruas inundadas e rachaduras em residências. Além disso, faltou energia elétrica devido a rompimento de cabos e vistorias nas áreas de risco. A notícia boa é que não houve pessoas feridas, mas serviu de alerta, pois de agora para frente, a tendência é que estas situações se repitam com frequência. 

Segurança irregular 

Uma revelação feita em audiência pública nesta terça-feira na Assembleia Legislativa de Minas Gerais é, no mínimo, preocupante. De 110 unidades do Corpo de Bombeiros no Estado, 35 não possuem auto de vistoria da própria corporação. Mas, não é só isso. Durante o encontro, o comandante-geral da Polícia Militar em Minas, coronel Rodrigo Piassi, confirmou que o Estado não cumpre suas próprias normas de segurança com relação aos imóveis ocupados pela corporação. O presidente da Comissão de Segurança na Casa, deputado Sargento Rodrigues (PL), revelou que informações oficiais enviadas à Assembleia confirmam tudo que foi dito nas explanações e que os imóveis estão irregulares conforme as normas de prevenção contra incêndio determinadas pelo próprio Estado. No caso da PM, o número é muito maior, são 1.002 imóveis, e destes, 396 pertencem ao Estado, e pasmem: somente 92 deste total possuem projeto contra incêndio. 340 estão em processo de regularização. No entanto, os números não fecham e o coronel Rodrigo não soube explicar. Forças de segurança sem segurança? Casa de ferreiro, espeto de pau?

Conquista 

Uma conquista, sim. Que tem méritos, mas, principalmente, empatia e valorização para um público mais do que merecedor. Foi sancionada pelo governador Romeu Zema (Novo) e publicada no Minas Gerais, a Lei 24.532 que estabelece a expedição da carteira de identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, de autoria do deputado Professor Wendel Mesquita (Solidariedade). Ela terá validade em todo o território nacional conforme legislação federal vigente e será expedida pelo Estado ou municípios. O documento contém a identificação da pessoa com transtorno, um contato de emergência e informações sobre o representante legal. Muito bem-vinda e até demorou, visto que já existe uma norma federal e em Minas só cresce o número de pessoas com TEA. Mas o importante é que veio e a identificação atualmente está cada vez mais precoce. 

Fuga?

Enquanto os principais líderes do PL em Minas Gerais, como o deputado Domingos Sávio, articulam para uma maior representatividade do partido no Estado e buscam novos filiados, o deputado Eduardo Azevedo é um deles, outros dão adeus à sigla. E o número tem aumentado.  O último deles, foi o deputado federal Samuel Viana, que conseguiu a carta de liberação e vai se desfiliar. Ele integra um grupo de parlamentares que está se desligando do partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. O político já afirmou que vai ajuizar a carta de anuência do presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, na Justiça Eleitoral para oficializar sua saída. No caso de Samuel, a alegação é que o "bolsonarismo extremo" não tem o agradado. Ele revelou que o PL foi tomado pelo viés bolsonarista extremo e tem feito um trabalho de oposição por oposição a qualquer custo, votando e se posicionando contra todo e qualquer projeto ou ato. E não somente ele está buscando mais leveza e liberdade. Pelo menos cinco deputados federais já saíram ou estão negociando o fim do ciclo com o partido. Não é segredo que tudo tóxico faz mal, e na política não é diferente. 

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