Pressionado, Zema autoriza reajuste retroativo para Segurança Pública

Governador também aumentou abono fardamento; categoria pede 24% de recomposição

Bruno Bueno

A queda de braço entre o Governo de Minas Gerais e as Forças de Segurança Pública do Estado ganhou mais um novo capítulo nesta sexta-feira. Em entrevista coletiva, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou que o reajuste salarial de 10% para a categoria será reatroativo à janeiro. A categoria, no entanto, pede 24% de recomposição.

A medida estava autorizada apenas para a Educação mas, devido aos diversos protestos da categoria, que pressionaram o chefe do Executivo, Zema autorizou a extensão para a classe. O abono fardamento também foi aumentado.

— A primeira questão que nós conseguimos fazer aqui no sentido de melhorarmos a nossa proposta inicial é que esse reajuste de 10% será retroativo a janeiro (...) Inicialmente, isso estava previsto somente para a educação e agora estamos levando esse reajuste (...) Outro ponto, nós havíamos proposto o pagamento para as Forças de Segurança ampliando o auxílio fardamento, o auxílio vestimenta, de um ao ano para três, e agora estamos elevando para quatro — afirmou.

Quadriplicou

Zema destacou que o abono fardamento, pago neste ano, é quatro vezes maior do que o do ano passado.

— Esse auxílio, esse abono fardamento, vestimenta, que envolve todos os servidores da polícia civil, militar e penal, até o ano passado correspondia a R$ 1.800 por ano em número. E, com esse aumento para quatro parcelas e não uma mais, com quatro vezes ao ano e não uma vez mais, nós estamos falando que estamos saindo de R$ 1.800 por ano para R$ 8.000 por ano. Ou seja, estamos mais do que quadruplicando — relatou.

O governador, porém, descartou que irá conceder o reajuste de 24% solicitado pela categoria.

— Gostaria de dar mais. Seria uma maravilha em ano eleitoral, mas, para mim, o que vale mais é a responsabilidade — disse.

Sindicato

O Sindicato dos Servidores da Polícia Civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG), principal categoria que organiza as manifestações, ainda não comentou o pronunciamento de Zema. A matéria será atualizada assim que a pasta se pronunciar.

Protesto

Na última quarta, 9, um protesto da categoria reuniu cerca de 40 mil pessoas em Belo Horizonte. O evento, que contou com a presença de servidores de Divinópolis e região, foi marcado pelo descumprimento de uma medida do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) que acatou, na última terça, um pedido do Governo de Minas e determinou que os integrantes não interditem ruas, invadam ou bloqueiem o acesso a prédios públicos ou privados ou portem armas de fogo durante as manifestações.

Uma jornalista da Band Minas teve trauma auditivo após ser atingida por uma bomba que foi jogada por manifestantes, seu colega de trabalho foi hostilizado e perseguido.

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