Presidente da CPI da Educação expressa frustração e pede apoio

Para Josafá, demora no processo gera ansiedade aos cidadãos e aos próprios membros da investigação

 

Matheus Augusto

A CPI da Educação completa, amanhã, três meses desde a paralisação das oitivas. A última a ser ouvida foi a vice-prefeita e secretária de governo, Janete Aparecida (PSC), em 8 de junho. Os depoimentos foram, então, suspensos por tempo indeterminado até a conclusão da análise documental dos processos de compras sob investigação. A espera, no entanto, tem gerado frustração no presidente da comissão, o vereador Josafá Anderson (Cidadania).

Ao Agora, ele afirmou que a apuração preza pela “transparência e clareza”, porém a demora na avaliação dos documentos é um obstáculo para a CPI. 

— Um pouco de frustração por não estarmos agilizando as coisas como queríamos — definiu.

Como consequência, o sentimento é de ansiedade dada a falta de avanço em direção às próximas etapas.

— Essa morosidade causa ansiedade na população e na própria comissão — citou.

 

Problemas

O presidente explica que a principal dificuldade é a falta de especialização dos assessores lotados nos gabinetes para analisar determinados pontos dos documentos. Conforme detalhado anteriormente, o gabinete de cada vereador membro da comissão ficou responsável por colher informações sobre as empresas fornecedoras das compras da Secretaria de Educação (Semed) no fim do ano passado.

— Os gabinetes são frágeis, não tem esse perfil contabilista. Somos nós, os cinco gabinetes, que estamos fazendo o levantamento, a pesquisa de preço. Não é fácil — explicou.

 

Soluções

Como alternativa, Josafá solicitou ao presidente da Câmara, Eduardo Print Jr (PSDB), há cerca de duas semanas, a possibilidade de contratação de uma empresa de auditoria para apoio ao processo. Em reunião agendada para hoje, a comissão deve reforçar o pedido.

— Tem algumas questões que quero trabalhar junto com a comissão para pedir ao presidente da Câmara, novamente, talvez [a contratação de] uma empresa de auditoria para fazer esse trabalho com a documentação — antecipou Josafá.

Caso o pedido não seja atendido, a solução pode estar dentro do próprio Legislativo. Print já havia informado que “a equipe de licitação da Câmara está totalmente à disposição de todas as Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) para a avaliação de orçamentos e despesas”. Com isso, o setor pode oferecer esclarecimentos aos membros. 

— Ele [Print] já sinalizou positivamente com a equipe de licitação para dar suporte para a gente concluir esse processo — afirmou o presidente da comissão.

 

Retorno indefinido

Ainda sem uma perspectiva definida para a conclusão da análise ‘burocrática’ do processo, os depoimentos seguem sem data de retorno.

— As oitivas dependem muito da conclusão documental — reforçou o presidente da comissão.

Antes da pausa, a CPI ouviu a secretária de Educação, Andreia Dimas; o procurador Sérgio Mourão; o secretário de Administração, Thiago Nunes; o controlador do Município, Diogo Vieira; o diretor de Educação, Leandro Reis; a servidora da Gerência de Políticas Educacionais, Ana Paula Cândido; a servidora do financeiro da Semed, Daniela Maria de Almeida; o coordenador de compras da Secretaria de Administração, Rafael Virginíssimo; e a vice-prefeita, Janete Aparecida.

Os próximos a serem ouvidos seriam o secretário de Fazenda (Semfaz), Gabriel Vivas, e o servidor e contator Agilson Emerson da Silva, exonerado do cargo de diretor de Contabilidade Geral em maio. Segundo a Prefeitura, a exoneração não teve relação com a investigação e se deu "exclusivamente por perfil de gestão e a necessidade constante de renovar a equipe".

 

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