Presidente da Câmara alega ser alvo de perseguição política

Operação do Ministério Público cumpriu mandados de busca e apreensão contra vereadores, empresários e servidora

Alvo da operação Gola Alva, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), o presidente da Câmara, Eduardo Print Jr (PSDB), alegou ser vítima de perseguição política, atrelando a denúncia ao prefeito Gleidson Azevedo (Novo).

Durante a entrevista, ele explicou que a Polícia esteve em sua residência para cumprir mandado de busca e apreensão, sob a suspeita dele ter recebido dinheiro para aprovar o projeto de lei CM 165/2022, que altera o zoneamento da rua Castro Alves, na quadra 4 e 5, da zona 32, no bairro Planalto, de Zona Residencial 2 para Zona de Uso Múltiplo, para permitir a exploração de atividades econômicas e a instalação de empresas.

O texto é de autoria do vereador Rodrigo Kaboja (PSD), também alvo da operação. Como não foi nem sancionado nem vetado pelo prefeito, o texto aprovado pelos vereadores na última reunião do ano passado, em 27 de dezembro, seguiu seu trâmite natural e retornou à Casa Legislativa, oportunidade em que foi sancionada no dia 24 de janeiro.

Na avaliação de Print, a acusação, com o intuito de descredibilizar sua imagem, é um contra-ataque do chefe do Executiva pelas fiscalizações da Câmara, como a CPI da Educação.  

Sobre o pedido de afastamento, ele informou que o pedido ainda não chegou ao Legislativo, mas se afastará da presidência, mantendo-se apenas como vereador. O vice-presidente, Israel da Farmácia (PDT), deve assumir a condução dos trabalhos. 

— Não tem prova plausível dentro do processo em nenhum sentido de que eu recebi recursos desses empresários. (...) Infelizmente, iniciamos o período eleitoral, em que o desespero começa a bater na porta dessas pessoas que fazem ataques pessoais e prejudicam nossa família — lamentou.

Operação

O MPMG investiga o envolvimento de Print e do vereador Rodrigo Kaboja (PSDB), uma servidora e três empresários em crimes de corrupção ativa e passiva para aprovação de projetos de lei para alteração do zoneamento urbano municipal. 

— Conforme o MPMG, a investigação, que se estendeu por seis meses, escancarou a cultura de arranjos de conveniência e troca de favores escusos, mediante a sistemática mercantilização de alterações legislativas, nas quais resplandecem, exclusivamente, os interesses particulares e financeiros dos envolvidos — comunicou, em nota, o órgão sobre a operação.

Comentários