Moradores reclamam de lotes sujos

Anna Flávia Alves 

Os lotes sujos espalhados por Divinópolis foram motivo de reclamação geral na reunião da Associação Comunitária para Assuntos de Segurança Pública (Acasp), realizada ontem. A preocupação dos moradores é que os lotes vagos possam facilitar outros problemas, como as queimadas, dengue e a criminalidade. 

Moradora do bairro Bela Vista, Cristina Sanches, usou a tribuna para falar da indignação com os lotes vagos próximo a sua casa e sobre a sensação de insegurança. Na reunião,  ela contou que foi orientada a realizar a notificação formal do problema, mas disse que, conversando com os vizinhos, descobriu que várias notificações já foram feitas. 

— O mato está maior que dois metros, não adianta reclamar. Conversando com os vizinhos, já tem muitas notificações. É um local que todo ano colocam fogo, bombeiro toda vez, gente passando mal. O mato não é capinado. É um local que moradores de rua ficam. É muito complicado aquela região, é um problema crônico — explica Cristina.

Ao Agora, a Prefeitura informou que, neste ano, foram emitidas 2.771 notificações a proprietários de imóveis. Sobre as fiscalizações, comunicou que são  feitas pela Secretaria de Posturas, que vai até os locais averiguar as denúncias.

— Sendo procedente, o fiscal emite notificação ao proprietário do imóvel, o qual tem 15 dias para realizar a limpeza dos imóveis, caso não seja feita a limpeza é emitido o auto de infração. Quanto à construção de muro e passeio, o prazo é de 60 dias a partir do recebimento da notificação. Salientando que a obrigação da construção de muro e passeio é para imóveis que estejam localizados em vias em que exista pavimentação — explica o Município.

Dengue

Uma das preocupações da população é que os lotes vagos sejam, por exemplo, reservatórios para o mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue e a chikungunya. O resultado do 2º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) foi divulgado nesta semana. Embora o estudo tenha mostrado queda de 75% em relação ao 1º LIRAa do ano, feito em janeiro, a situação de risco epidêmico em Divinópolis ainda é de médio risco.

— O índice de infestação médio do município resultou em 2,8%. A pesquisa foi feita em 168 bairros e foram 6.069 imóveis vistoriados. Destes, 169 imóveis estavam com foco do mosquito, sendo 93% residências e 7% lotes vagos — explica o Município.

Ainda segundo o levantamento, as regiões nordeste e central tiveram o índice de infestação alto, de 4,3%. As outras regiões estão em situação de médio risco. Os focos, muitas vezes, estão dentro das casas.

— Das residências vistoriadas, 37% dos focos foram encontrados em bebedouros de animais, pratos e vasos de plantas; 28% em recipientes passíveis de remoção plásticos, latas, garrafas e pneus, 25% ralos, caixa de passagem, sanitários em desuso e fonte ornamentais e 10% caixa d’água, tanque e tambores. Locais em que é preciso estar atento — apontou o LIRAa.

Denúncias

Ainda de acordo com a Prefeitura, as denúncias de potenciais reservatórios e focos de dengue podem ser feitas através do telefone: (37) 3229-6823. Já sobre os lotes vagos, as denúncias podem ser registradas no setor de protocolo municipal ou através do aplicativo APP Divinópolis.

 

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