Prefeitura rebate acusações de vereador sobre Vila Vicentina

Ademir Silva diz que espaço está sendo sucateado pelo Executivo; maioria dos pacientes são de outras cidades

 

Bruno Bueno

A situação da Saúde em Divinópolis voltou a ser o principal assunto na  Câmara na reunião de ontem. Um dos primeiros a criticar foi o vereador declarado de oposição, Ademir Silva (MDB). Em seu discurso, o parlamentar criticou a administração feita pelo Executivo à frente da Vila Vicentina. A entidade passou a ser gerida pela Prefeitura nesta semana após denúncias de maus tratos contra idosos que moram na entidade.

Segundo o vereador, medicamentos e outros materiais estão em falta. À reportagem, o Executivo rebateu as acusações.

 

‘Caos’

Ademir pontua que a administração da Vila está um verdadeiro caos.

— A partir do dia 21 último, a Prefeitura assumiu a Vila. Ontem, eu perdi um tempo precioso que eu queria trazer boas notícias. Vou trazer péssimas. A Vila hoje está sucateada — ressalta.

Ele detalhou as irregularidades encontradas durante a visita.

— Nós fomos lá. Está faltando medicamentos. Conversamos com a diretora e ela nos contou que antigamente eles recebiam vários medicamentos de doação, hoje não recebem mais. Tem que ir a um médico e prescrever os remédios. Ver os senhores e as senhorinhas desse jeito é de dar dó. A gente fica muito triste — salienta.

 

Irregularidades

O vereador argumenta que desde o ano passado denuncia irregularidades no espaço. Segundo ele, a Prefeitura não tomou providências.

— Eu fiz um requerimento que trouxe algumas respostas. Desde novembro do ano passado, a Prefeitura sempre soube das irregularidades que estavam lá. Um requerimento encontrou 72 irregularidades. Outro parecer foram 23. No outro, 15. Em outro, 12. E, por fim, 25; O Executivo não tomou nenhuma providência para regularizar. Onde está o conselho do idoso? Está sendo omisso — acrescenta.

 

Ademir prometeu fiscalizar o que está acontecendo na entidade.

— Causa tristeza. É um ato de desumanidade. No decreto, no papel, é uma beleza, mas não assume. Dá mais prazo. E o povo lá continua sofrendo. Continua precisando de remédio, de médico. É triste. O número de idosos vai ser diminuído. São 79 e vai passar para metade. Eu vou fiscalizar. Não vou aceitar essa desumanidade —  conclui.

 

Rebateu

O vereador Zé Braz (PV) falou logo após o discurso de Ademir. O parlamentar acompanha o trabalho da Prefeitura na entidade.

— Sobre a Vila, a Comissão de Saúde representada por mim, Israel e Lohanna tem acompanhado de perto esse trabalho junto com a Prefeitura. Essa transição está sendo feita. Tem algumas coisas que não podemos falar porque ocorre processo criminal contra a instituição. Mas a Vossa Excelência pode garantir que estamos atentos a isso — pontua.

Zé Braz denunciou que a maioria dos pacientes que residem na Vila são de outras cidades e, por esse motivo, alguns seriam transferidos para seus municípios de origem.

— O que ocorre é que 80% dos pacientes não são de Divinópolis. Tem sido feito contato com os municípios vizinhos para que se assuma o paciente da localidade. A maioria dos que estão na Vila são de outras cidades. Têm pacientes que têm irmão internado em outra unidade. A lei preconiza que isso não pode acontecer. Eles tem que estar juntos. Nós podemos garantir que nenhum doso será amparado ou desassistido — afirma.

 

Prefeitura

A Prefeitura rebateu as afirmações de Ademir Silva ao Agora. Segundo o Executivo, as ações feitas não são de cunho político.

— Todas as decisões de interdição são realizadas pela Vigilância Sanitária, são decisões técnicas e não políticas. E, todas as tratativas possíveis para tratar as irregularidades vêm sendo feitas, inclusive com acompanhamento do Ministério Público 

(MP)— disse.

A Prefeitura afirmou ainda que não cometeu irregularidades e ações  estão dentro do prazo estipulado.

— O decreto nº 15.140/22 que dispõe sobre a requisição administrativa, foi publicado no dia 21/06 e as Obras Assistenciais São Vicente de Paulo - “Vila Vicentina” foi notificada no dia 22/06 (...)  — relata.

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