Preço ou valor

MAIS QUE PALAVRAS

‘PREÇO OU VALOR?’  

 

Olá! Como vai?! Demorei um longo tempo para discernir o sentido de duas palavras aparentemente semelhantes: preço e valor. Sabe, o comum é pensarmos que são sinônimas. Que são apenas uma forma diferente de falar a mesma coisa. Mas, se pensarmos um pouquinho mais, se deixarmos que a razão seja instruída pelo coração, se permitirmos que a expressão de cada uma das palavras possa se expressar, então, entenderemos que ‘preço e valor’ são diferentes!  

Existem certas coisas na vida que possuem um preço. É porque são produtos, e coisas. Podem ser feitas em série. Podem possuir elementos que agreguem valor monetário. Um pode ser inferior ao outro. Podem ser repetidos, imitados, falsificados. Isso coloca preço neles. Porque seu ‘berço’ já faz parte de um processo. E o que se mistura a tal coisa, também. Aquilo que tem preço é produto. Independente da utilidade, é substituível. É concreto, físico e corre risco de quebrar, amassar, estragar, perdendo assim o valor. O que tem preço se vende ou se troca. Às vezes por outra coisa de menor ou maior preço. Uma verdade ainda presente naquilo que tem preço é que o tempo pode diminuí-lo, tornando-o mais barato ou mais caro. O que tem preço é tabelado. Sofre os altos e baixos do mercado. Pode ser produto de desejo por um tempo. Ou ser apenas uma moda que será suprimida por outra. Afinal, é uma coisa.  

Isso difere totalmente de valor. Valor não é preço. O que tem valor não tem preço. Porque o que tem valor não é coisa, objeto, produto. O que tem valor não se pode reproduzir em série. Não é produto industrial. Não é feito para dar lucro (embora exista algo de valor que dê lucro). O que tem valor não tem preço, visto é abstrato. O que tem valor não se coloca em prateleiras, vitrines. Porque aquele que o descobre não deseja perder. O valor é diferente do preço. Quanto custa o amor de mãe? Qual moeda paga o valor de um filho? Igualmente, amigos verdadeiros têm valor e não preço. Não estão em tabelas. Não conseguimos encontrar índices para ‘precificá-los’. Amigos de verdade têm valor. São inegociáveis. Quem os tem compreende o que falo. Assim como os pais e os filhos. Que preço tem um abraço de conforto? Quanto custa um conselho amigo? Quanto se paga pela lealdade?  

Contudo, ainda encontramos aqueles que não compreenderam a diferença! Pessoas como Judas Iscariotes. Como alguém pode ‘coisificar’ o Filho de Deus? Onde Judas encontrou o preço de 30 moedas por alguém que o classificou como ‘amigo’ até no momento da traição, Jesus chama Judas de ‘amigo’. Enquanto um ‘precifica’ o amigo o outro o qualifica. A pergunta de Jesus feita a Judas é bem sugestiva: “A que vieste, amigo?” (Mateus 26.50). Uma informação preciosa é ofertada aqui: O dinheiro tira de alguns a capacidade de distinguir preço de valor. Enquanto a alma percebe o valor, a usura coloca preço em amigos. Amizades assim acabam. Se você é sensível deve perceber que não se vê preço em pessoas. Não se ‘coisifica’ lealdade. Pense nisso!  

 

 

Israel Leocádio é pastor 

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