Preço da gasolina oscila durante 2022

Corte do ICMS é responsável por segurar aumento do combustível

 

 

Jorge Guimarães

Ao longo de 2022, os números não foram favoráveis aos brasileiros. Mesmo com a redução do preço de alguns itens, o consumidor não teve para onde fugir, especialmente aqueles de baixa renda. E não foi só no Brasil, a estagnação da economia global fez com que velhos conhecidos, como a inflação, dessem as caras. Os custos, no início do ano, até passaram a sensação de possível estabilidade, mas, com o advento da guerra entre Ucrânia e Rússia puxando altas nos alimentos, principalmente nos grãos e no petróleo, os números oscilaram novamente.

Um refresco só veio no início do segundo semestre, quando o governo efetivou cortes de impostos e baixou os preços dos combustíveis nas bombas. Assim, o efeito dominó dos aumentos teve uma trégua, para alívio, mesmo que pouco, do consumidor brasileiro. Na virada do ano, tudo pode mudar, já que a isenção dos impostos federais termina, caso não seja prorrogada pelo novo governo.

Gasolina

Em meio a tantas altas e baixas, a gasolina foi o principal parâmetro das alternâncias de preços, em quase todos os segmentos, no decorrer de 2022. No ano passado, a gasolina acumulou alta de 74%, situação que mexeu no bolso do consumidor, que precisou buscar estratégias para economizar.

Em Divinópolis, o ano começou com diminuição dos preços da gasolina. O valor médio na cidade ficou em R$ 6,93, contra os R$ 7,05 praticados no fim de dezembro de 2021, o que representa uma redução de 17%, no custo final ao consumidor. Números de acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Em fevereiro, o preço médio da gasolina e do álcool teve redução na cidade de 2,31% e 6,27%, respectivamente, passando a ser comercializado em R$ 6,75 e R$ 4,78.

Nos primeiros dias de março, com o início da guerra entre Ucrânia e Rússia, a Petrobras reajustou os preços da gasolina e do diesel nas distribuidoras. Os percentuais foram de 18,77% na gasolina e 24,93%, no diesel, elevando o valor médio na cidade para R$ 7,39 e, do diesel, para R$ 6,79.

Nos mês seguinte, os preços ficaram estáveis até que, em junho, a Petrobras voltou a anunciar novos aumentos. Os reajustes foram de 5,2% na gasolina e de 14,2% no diesel. E, ao mesmo tempo, a moagem de cana de açúcar aumentou e o custo do etanol caiu 7,63% nas bombas da cidade. Assim, depois da mudança, o valor médio do diesel ficou, pela primeira vez na história, mais alto do que o da gasolina – R$ 7,59 e R$ 7,69, respectivamente.

Chegando no fim de junho, o preço da gasolina na cidade voltou a ficar abaixo dos R$ 7 em alguns pontos de vendas, sendo comercializado a R$ 6,99.

Segundo semestre

Em julho, com a redução do imposto, a gasolina voltou a ser vendida abaixo dos R$ 6. Ainda dentro do mês, o preço médio da gasolina caiu 24% na cidade, ficando em R$ 5,59.

Agosto começou com boas notícias para os consumidores mineiros. No primeiro dia útil do mês, o governador Romeu Zema (Novo) anunciou que o valor do cálculo do imposto sobre o etanol em Minas seria reduzido em R$ 0,46. Nesse período, em levantamento efetuado pela Agência Nacional do Petróleo, o preço médio da gasolina na cidade, numa redução de 9%, ficou em R$ 5,45 – o mais barato de R$ 5,37 e o mais caro, em R$ 5,69. Já o valor do etanol ficou em R$ 4,21. O mais barato fechou em R$ 3,99 e o mais caro em R$ 4,39. No fim de agosto, os empresários do ramo acabaram de repassar as baixas de custos, e já se encontrava gasolina por menos de R$ 5.

Em setembro, nova redução entrou em vigor e o preço da gasolina caiu 8% em um mês. Em alguns pontos de vendas o consumidor podia encontrar a gasolina já a R$ 4,89.

Por outro lado, outubro chegou com novo aumento, de 1,5%, após 15 semanas de queda. E, assim, seguiu estável em R$ 4,65 – o mais barato em R$ 4,59 e o mais caro em R$ 4,74.

Em novembro, o preço médio da gasolina voltou a bater na casa dos R$ 5, com o valor médio variando entre R$ 4,89 e R$ 4,99, e o custo mais baixo em R$ 4,80.

Dezembro começou com redução de preços no diesel e na gasolina para as distribuidoras, de R$ 0,40, por litro, com a gasolina vendida até a R$ 4,79, sendo em outros a redução em menores valores. Pela constatação da reportagem, na data de ontem, esse preço de R$ 4,76, praticado na semana passada, já não valia mais, pois foi elevado para R$ 4,95.

Resumo

Em Divinópolis, entre as altas e quedas de preços praticados pela Petrobras, o valor médio da gasolina teve uma queda de 28,57%, ao longo do ano, levando-se em consideração que o corte do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) atuou diretamente nessa queda.

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