Preço do leite sobe em média 25% nas gôndolas

Valor final teve elevação por um aumento de custo de toda a cadeia produtiva dos fornecedores

 

 

Jorge Guimarães 

O preço do leite disparou, neste começo de ano, nas gôndolas dos supermercados.  A somatória da alta dos custos de produção, resultado da guerra entre Rússia e Ucrânia, aliadas às altas da energia e do frete impactaram diretamente na alta. No início do mês de fevereiro, para se ter uma ideia, o litro de leite de caixinha (UHT) podia ser encontrado R$ 3,29 a R$ 3,75, conforme a marca e tipo, se integral ou desnatado – em média mesmo preço do leite tipo C, em saquinho. Porém, no decorrer dos dias, aos poucos, o custo foi subindo, para desespero do consumidor – e hoje está entre R$ 4,19 e R$ 4,69, valores pesquisados em duas lojas de redes de supermercados distintas.  E em se tratando dos maiores preços praticados, o aumento chega a até em torno de 25% – isso sem falar em seus derivados, como os tradicionais muçarela e queijo Minas, que também tiveram aumentos equivalentes.  

 

Preços 

Segundo a Associação Mineira de Supermercados (Amis), o preço final que chega ao consumidor teve elevação por um aumento de custo de toda a cadeia produtiva dos fornecedores.

— Sentimos uma pressão nos preços, em especial os lácteos, como queijo e leite longa vida. O fornecedor tem explicado que sua cadeia sofreu alteração e, em função disso, houve a mudança. O deslocamento teria ficado mais caro, bem como a energia e as rações. Continuamos a conversar com os fornecedores em busca de maior equilíbrio, negociando permanentemente para que possamos preservar ao máximo os preços — explicou o presidente executivo da Amis, Antônio Claret Nametala.

 

Entressafra

As altas no preço do leite, normalmente se dão na entressafra do produto, que ocorre agora no outono/inverno, o que pode significar mais altas para os próximos meses. 

— O esperado sempre foi o aumento do preço na época da estiagem, pois, sem pastos bons, uma grande parte dos animais ficam confinados, o que gera aumento de custo de produção, para o produtor. Aqui na nossa região os preços que eu tenho visto são em torno de R$ 2,50, para os grandes fornecedores, e R$ 2,10 para os pequenos. Agora, com a chegada da estiagem, pode ter novos aumentos — avalia o presidente do Sindicato Rural, Irajá Nogueira.   

 

Substituição

Com a queda da renda, muitas famílias estão passando por um sufoco para manter o padrão alimentar de todos os membros delas. 

— Tenho duas filhas, uma de três e outra com dois anos e em fase de lactação ainda. Com as altas seguidas do leite, a gente tem intercalado ao leite diário o suco natural de frutas. Tivemos que fazer assim para darmos conta de levar o dinheiro até o fim do mês. E assim mesmo só compramos o que está em promoção, independentemente da marca — diz a dona de casa Sirlei Cruz.   

 

Exportações

Mas neste mundo competitivo os empresários têm que manter estratégias diversas para que o crescimento continue em linha reta. E foi assim que a Embaré, da vizinha cidade de Lagoa da Prata, registrou crescimento de 43% no faturamento no segmento de exportação em relação a 2020.  Já presente em todos os continentes, com as linhas de confeitaria e lácteos, a empresa inicia 2022 dando continuidade ao seu projeto de ampliação da exportação das conquistas de mercado em Angola, Índia, Marrocos e Moçambique.

Com a abertura dos novos mercados conquistados em 2021, a Embaré segue seu processo de crescimento.

— Estamos em constante trabalho para o desenvolvimento de estratégias que façam nossos números serem superados, para que estejamos presentes em novos territórios e apresentemos crescimento nos mercados nos quais já atuamos — afirma o gerente de exportação da Embaré, Felipe Antunes.

 

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