Preço da carne de boi tem redução quase 30%
Consumidor volta a preferir os diversos tipos de corte na hora da compra

Jorge Guimarães
Para a alegria de muitos brasileiros, o preço do quilo da carne de boi tem caído ao longo do ano. Em janeiro, a arroba custava R$ 286,85. Já em 11 de setembro, o valor caiu para R$ 206,24. Os dados são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq - USP). A redução já é de 30%, no campo, em comparação a janeiro.
Em agosto, por exemplo, o acém ficou 12% mais barato, apontou o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgado nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre os outros cortes, o contrafilé e o patinho ficaram cerca de 10% mais em conta, já a picanha, 6% na comparação com agosto de 2022.
Preços
A reportagem esteve ontem em uma loja de supermercado e apurou que o quilo do músculo era vendido a R$ 21,99 e o da carne moída congelada, a R$ 10,98, mesmo preço do fígado bovino. Já chã de fora estava a R$ 32,90.
— Devido a enorme oferta por parte dos frigoríficos e por consequência da baixa dos preços, houve um aumento considerável no consumo. As conversas de bastidores é que o preço deve cair ainda mais. É o que esperamos, pois como temos um mix grande de fornecedores, fica mais fácil na hora das negociações — avaliou o gerente da loja, Walter Wagner dos Santos.
Em contato com um tradicional açougue da cidade, a reportagem também verificou um aumento no consumo da carne de boi e queda na procura da carne suína. No estabelecimento, a carne considerada de segunda custa em torno de R$ 23,99, com promoções que chegam até R$ 21, a chã de fora, por exemplo, que chegou a R$ 34,90 hoje está em R$ 28,90. A chã de dentro na promoção era comercializada a R$ 32,99, sendo que os preços estão nesta média.
Seu proprietário informou que o preço carne de boi realmente caiu. Diz também que é uma situação bastante complicada porque os produtores não conseguem produzir proteína de qualidade porque os custos ficam muito elevados e supera o valor da produção, assim o capital dos animais ficou muito baixo.
— E agora com o período de entressafra e vai chegar um momento que pode faltar proteína de qualidade e causar um certo desconforto na qualidade do produto e no ano que vem pode gerar até um efeito mais grave no mercado. No geral pode-se dizer que os preços se ajustaram, o preço já está quase se igualando com a de porco. E, com isso, os consumidores estão preferindo levar a carne de boi ao invés da de porco — revelou o proprietário, Kilderson Oliveira.
Cesta Básica
Seguindo a tendência de quedas, em agosto o custo médio da cesta básica de alimentos em Divinópolis foi de R$ 545,31, apontou pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico-Sociais (Nepes) da Faculdade Una Divinópolis. Uma redução de 1,98% em relação a julho, quando o custo da cesta foi de R$ 556,33. Pesquisa esta, realizada entre os dias 21 e 28 de agosto com o levantamento de preços em seis supermercados, localizados nos bairros Bom Pastor, Catalão, Centro, Manoel Valinhas e Santa Clara.
De acordo com o professor universitário e coordenador do Nepes/Una, Wagner Almeida, entre julho e agosto, houve redução no preço médio do quilo da batata (16,67%) devido à colheita da safra de inverno que abasteceu o mercado e é responsável pela diminuição dos valores no varejo. Outras reduções foram observadas no preço médio do quilo da banana (7,56%) e do leite (4,99%).
— Também houve queda no preço médio do quilo de feijão (10,92%) em função do grande volume colhido do grão carioca que abasteceu o mercado e fez com que os preços diminuíssem — explicou o professor.
Por outro lado, houve elevação no preço médio do quilo de pão francês (7,77%) e no quilo de arroz (3,21%).
— No caso do pão, o aumento pode ser explicado devido às cotações internacionais do trigo que vêm sofrendo oscilações ao longo do ano devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia, que causa impacto sobre o valor da farinha de panificação e o preço do pão francês no varejo — acrescentou Wagner.