Potência econômica

Preto no Branco

Potência econômica 

A audiência pública sobre a possível renovação da concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), realizada na última semana na Câmara de Divinópolis, já em análise pelo governo federal, além de ampliar o diálogo junto às lideranças locais e regionais, apresentou dados muito interessantes. Pode ser que alguns não saibam, mesmo sendo políticos, mas Divinópolis e região são potências econômicas incríveis, mas não recebem atenção devida, por isso acabam perdendo e muito para outras regiões do  estado. E, nesse quesito, entra a ferrovia muito pouco utilizada, não só por aqui, mas em todo o país. No setor de siderurgia, por exemplo, são transportadas 60 mil  toneladas/mês, via rodoviária. Enquanto essa quantidade de material vem por rodovias ‒ tendo como consequências a destruição das estradas e o registro de centenas de acidentes — diversas linhas ferroviárias estão desativadas. Totalmente fora de propósito, além de jogar dinheiro público no ralo. Nesse sentido, as demandas apresentadas pelas lideranças como imposição para renovação de contrato são justas e corretas. Chega de empresas lucrarem nas costas do país e, consequentemente, da população. 

 

Renda altíssima 

O autor do pedido para que a audiência ocorresse em Divinópolis, deputado Domingos Sávio (PSDB), tem toda razão ao defender de forma enfática mais investimentos na malha ferroviária do estado. Afinal, o faturamento da empresa que comanda a ferrovia junto ao governo federal é milionária. E a contrapartida? Como fica? Como disse o próprio deputado, as cidades não podem ficar mais apenas com o barulho dos trens. Os benefícios fiscais e os recursos angariados junto à União, com a concessão da ferrovia, precisam ser investidos, de forma prioritária, nos municípios impactados pela malha ferroviária. Divinópolis é um deles e respeita toda a história da ferrovia no município, pois foi por meio dela que ele se desenvolveu, mas, por isso, não tem que “ficar jogado às traças”, se contentando apenas com as buzinas e os apitos.  

Pressão na Câmara 

Prefeitos de todo o país estiveram em Brasília, nestas terça e quarta-feira, onde pressionaram o Poder Legislativo. A proposta foi concentrar esforços nos últimos dias de atuação do Congresso Nacional em 2021, antes do recesso parlamentar, para viabilizar medidas importantes para as gestões locais. A Associação Mineira dos Municípios reclama sobre o pacto federativo, que, atualmente, concentra a maior parte dos recursos arrecadados nas mãos da União, e não com os estados e municípios. E tem que exigir mesmo, afinal, cada governador e prefeito é que sabe “onde o calo dói”. 

Horário unificado 

A partir das próximas eleições, o morador de cada canto deste país vai conhecer os vencedores nas urnas no mesmo horário. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) bateu o martelo nesta terça-feira e unificou o horário de votação nas votações de 2022. Com a decisão, todos os estados deverão seguir o horário de Brasília, e não no horário local, como ocorria anteriormente. Dessa forma, as eleições se encerram pontualmente às 17h em todo o país. Sem dúvida, umas das melhores decisões do TSE. Ninguém merece ficar ansioso esperando a computação dos votos em regiões que têm uma ou duas horas de diferença no horário em relação a Brasília. 

Retidão e transparência 

Muita gente, especialmente que mora nas regiões Norte, como Amazônia e Acre, pode não gostar, mas a mudança é por um bom motivo. Ao comentar, o presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, disse que a medida foi tomada para que as eleições possam transcorrer com tranquilidade e para que não haja dúvidas sobre a lisura na divulgação de resultados. É bom mesmo. O que tem de perdedor chorando pós-votação e colocando culpa nas urnas eletrônicas “não está no gibi”!



Novo round 

Uma nova queda de braço entre o governo de Minas e Assembleia Legislativa já foi decretada.  A Advocacia Geral do Estado entrou ontem de manhã com pedido de liminar para anulação dos atos da presidência da ALMG que alterou os ritos sobre a tramitação em regime de urgência do projeto que autoriza a adesão do Regime de Recuperação Fiscal. De acordo com o governo de Minas, a Assembleia descumpriu a Constituição e também o regimento da Casa ao permitir apreciação do projeto que congela o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) antes de votar a recuperação fiscal. A proposta do governador Romeu Zema (Novo) é limitar o reajuste do imposto de acordo com o IPCA. O projeto, inclusive, já foi encaminhado à Assembleia. Nas duas primeiras quedas de braço, os deputados levaram a melhor ‒ usando suas artimanhas costumeiras. 2x0 para a ALMG. A expectativa agora, por parte do governo, é que esse placar seja pelo menos diminuído.  Fácil não será, visto que a Casa conta com um número bem maior de  jogadores. 

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