Por quê?

Por quê?

A semana terminou e começa com uma pergunta: o porquê da recondução de Andreia Dimas à chefia da Secretaria Municipal de Educação (Semed). A Prefeitura explicou, mas não convenceu. Se não tinha nada que a colocasse como suspeita de alguma prática duvidosa, não tinha era que ter afastado. Ou se a dúvida também pairava sobre outras secretarias, que os responsáveis também ficassem fora dos cargos até o fim das apurações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada na Câmara. O próprio líder do governo, Edsom Sousa (CDN), foi contra o afastamento de Andreia, nomeando a decisão do Executivo de prematura e ratificando sua inteira confiança na secretária. Já que afastou, o caminho recomendado era esperar. Basear-se no primeiro depoimento? Aí, sinceramente? Parece aquelas brincadeiras de “bate e volta” com um assunto tão sério e delicado. 

Pressão? 

Infelizmente, é o que parece, apesar de o decreto assinado pelo prefeito na última sexta-feira para a recondução de Andreia dizer que a decisão se baseou nos esclarecimentos obtidos na oitiva da secretária. Mas, logo abaixo no texto, cita também que foi atendido o clamor dos servidores. Vale lembrar que o Plenário esteve lotado de educadores em apoio a Andreia Dimas. O tempo todo se manifestaram,  aplaudindo e vaiando os vereadores que compõem a CPI. Não que ela não mereça, ao contrário, visto que tem grande respeito e tida como uma baita profissional em boa parte das escolas do município. No entanto, pela rapidez com a qual saiu o decreto, a impressão é que a pressão venceu. Com a volta de Andreia Dimas ao cargo, o interino Fernando Henrique Costa foi exonerado. Aliás, nomeação que foi criticada e deixou muito a desejar. 

Frágil 

Na verdade, essas suspeitas na Secretaria de Educação serviram para confirmar um fato visível a olho nu: a incapacidade de organização e comunicação da Prefeitura. Não é de hoje que se percebe a falta de um elo entre as secretarias, especialmente com uma melhor organização da assessoria de comunicação. Talvez por falta de um pouco mais de experiência na maioria dos setores. Se falta articulação entre o Executivo e o Legislativo, na Prefeitura isso é ainda mais sério. E não é somente isso, a chamada gestão eficiente deixa a desejar. Isso é admitido pelo próprio irmão do prefeito Gleidson (PSC), o deputado Cleitinho Azevedo, do mesmo partido. Por isso que servidores de carreira experientes, como o exonerado da diretoria de contabilidade, Agilson Emersson, são cruciais em uma administração. Claro que ter a coragem de inovar e fazer diferente é louvável, em especial em um país recheado de políticos mau caráter. No entanto, não dá para ir “no peito e na raça”. A organização é fundamental para que a engrenagem caminhe. Quando uma peça dela falha, o restante fica prejudicado. Nesse caso da Educação, se essa peça não for consertada o mais rápido possível, o equipamento pode parar de vez. E aí, para voltar a andar bem, novamente, vai ser muito difícil.

Três palavras 

Apesar de ser o sonho de consumo de qualquer administrador público e cobrança constante de todos os lados, a gestão eficiente não é fácil e esbarra em diversos obstáculos. Para isso é necessário vencer muitos desafios. Em se tratando da política brasileira, então, é praticamente impossível. No entanto, apesar de dar a impressão de ser assunto batido e ultrapassado, as três palavras começadas com e - eficiência, eficácia e efetividade - são essenciais na administração pública, mesmo não recebendo a devida atenção. São parecidas, mas possuem significados diferentes. Enquanto a eficiência é a capacidade de produzir um efeito, a eficácia cumpre o efeito pretendido utilizando todos os recursos disponíveis e a efetividade significa ser eficaz e eficiente ao mesmo tempo. Difícil? Sim. Impossível? Não. #ficaadica. 

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