Polícia vai monitorar escolas em Divinópolis

Ataques em Santa Catarina e São Paulo acenderam a preocupação; operação ‘Proteção Escolar’ acontece em todo estado

Bruno Bueno

 

Os atentados escolares em Santa Catarina e São Paulo assustaram os pais e responsáveis de todo o país. Para aumentar a segurança e coibir ações desta natureza, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) iniciou ontem a operação “Proteção Escolar”. Em Divinópolis, a solenidade de abertura aconteceu na Praça do Santuário, em frente à Escola Estadual Padre Matias Lobato. Autoridades políticas e militares participaram do evento.

 

Detalhes

 

O  comandante da 7ª Região de Polícia Militar (7ª RPM), coronel Wemerson Lino Pimenta, explica que a ação é uma determinação do comandante-geral do estado, alinhado com o governador de Minas, Romeu Zema (Novo).

— É uma operação mais específica junto às escolas. (...) Aqui em Divinópolis, na sede da 7ª Região, bem como nos outros municípios, estamos iniciando a proteção escolar. Já temos um portfólio da patrulha escolar com o Proerd desde 2002. Vamos ter uma ênfase nisso — explica.

O patrulhamento nas escolas será diário.

— As patrulhas vão se aproximar das escolas, conversar com os diretores e fazer contato com professores. Também vamos fazer reuniões com autoridades municipais para fortalecer as parcerias — afirma o comandante.

 

Parcerias

 

O trabalho de parceria com diretores, professores e outros profissionais das escolas é fundamental para impedir ações de criminalidade, acrescenta o comandante da PM.

— O trabalho da Polícia Militar é fundamental e importantíssimo. Contudo, precisamos de parcerias com as escolas municipais, privadas e estaduais para orientar o controle de acesso a esses locais. Vamos formar, de fato, um elo forte para evitar qualquer tipo de situação —  afirma.

A iniciativa da operação acontece após a série de atentados registrados em várias escolas do país nas últimas semanas.

— As patrulhas escolares e o Proerd já fazem parte do dia-a-dia do nosso serviço. Contudo, devido aos últimos acontecimentos, se tornou uma diretriz do comando-geral a intensificação dessas patrulhas. Isso aconteceu em todo o estado — finaliza.

 

Compromisso

 

A secretária de Educação (Semed) de Divinópolis, Andreia Dimas, confirmou que a operação será realizada em todas as escolas da cidade, sejam elas estaduais, municipais ou privadas.

— A Polícia Militar está fazendo um compromisso conosco de estar presente em todas as escolas. O projeto é importante para trazer segurança aos pais. Eu sou mãe e tenho essa preocupação — confirmou em entrevista.

Sobre as dificuldades encontradas nas escolas da cidade, Andreia elenca situações específicas presentes no cotidiano.

— Felizmente, ainda não encontramos esse problema macro. Temos problemas micro, como atritos entre adolescentes que marcam brigas na porta da escola. Neste caso, precisamos da intervenção da Polícia Militar. Alguns momentos com crianças menores e a presença dos pais — elencou. 

 

Investimento

 

Escolas municipais de Divinópolis irão receber recursos adicionais para aprimorar a segurança.

— Uma preocupação muito grande da Secretaria Municipal de Educação é investir no trabalho preventivo. Por isso, estamos aumentando o número de profissionais da assistência social nas escolas — disse.

O prefeito Gleidson Azevedo (PSC) também discursou na solenidade. O chefe do Executivo Municipal destacou o trabalho da Polícia Militar.

— Não é hora de fazer palanque político, é momento de resolver. Estou aqui com a melhor Polícia Militar do Brasil. Quinta vamos fechar um convênio com a PM para aumentar a segurança das nossas crianças — destacou.

 

Estado

 

No lançamento da operação em Belo Horizonte, o capitão Cristiano Araújo garantiu que o trabalho será intensificado diariamente.

— A PM estará presente em cada escola, como se um filho ou um parente estudasse lá. Só na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mais de 160 militares atuam diretamente na patrulha escolar — relata.

Além da apresentação da estratégia, o Estado anunciou a entrega de 127 novas viaturas para fortalecimento da rede de proteção às unidades de ensino.

 

“Lista do Massacre”

 

Circulou nas redes sociais neste fim de semana uma suposta “lista do massacre”. O texto trazia 35 cidades mineiras que poderiam ser alvo de atentado. Milhares de estudantes de escolas de Belo Horizonte faltaram à aula ontem com medo de possíveis ataques. O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) instaurou um procedimento preliminar para investigar a origem e a veracidade dos fatos. 

O capitão Cristiano Araújo, afirmou que a inteligência da polícia não detectou anormalidades em Minas Gerais.

— A Polícia Militar reforça que toda ameaça que chega à corporação é checada. Essa informação ou ameaça passa a ser considerada boato somente após a instituição concluir a verificação de procedência e conteúdo .As pessoas não devem consumir como verdade - e de imediato - tudo o que é publicado na Internet — acrescentou.

 

Relembre 

 

Duas semanas atrás, um estudante de 13 anos matou a facadas a professora Elisabete Tenreiro, de 71 anos, e feriu outras quatro pessoas na Escola Estadual Thomazia Montoro, em São Paulo. As aulas foram retomadas na segunda-feira. 

Dias depois, quatro crianças morreram no atentado a uma creche em Blumenau, Santa Catarina. Outras quatro ficaram gravemente feridas. O autor do crime, que está detido, entrou na escola com uma machadinha. 

Duzentas e setenta contas do Twitter que veiculavam hashtags relacionadas a ataques contra escolas de todo o país foram excluídas pela plataforma após solicitação do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). A informação foi divulgada no domingo pela pasta. Hashtags são palavras-chave associadas a uma informação, designadas pelo símbolo #.

 

 




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