Personal que venceu câncer de mama fala sobre trajetória de superação

Ana Carolina, inspira mulheres e relata importância do diagnóstico precoce

 

Bruno Bueno

Superação. Nada define melhor a história de Ana Carolina Ferreira do que essa palavra. A personal trainer, que mora em Divinópolis há 17 anos, venceu o câncer de mama e hoje é inspiração para muitas mulheres. Sua trajetória é motivo de orgulho para amigos e familiares.

Na primeira semana do Outubro Rosa, mês que convida para a prevenção a doença, ela relata a importância do diagnóstico precoce e dá dicas para mulheres que precisam encarar a doença. Na página 10 desta edição impressa, personalidades de Divinópolis publicaram mensagens de motivação nessa data tão importante. 

Trajetória

Ana Carolina Ferreira sempre teve uma vida agitada. Trabalhava como personal trainer e dava aulas de natação, funcional e hidroginástica. A pandemia de covid-19 fechou as academias e clubes. Com isso, ela se viu obrigada a ficar em casa.

— Isso me deu a oportunidade de me cuidar mais. Acabei descobrindo um carocinho próximo a axila. O diagnóstico veio no dia 25 de junho de 2020 — relembra. 

A personal trainer passou por diversos médicos, exames e consultas até descobrir o tipo de câncer. O diagnóstico apontou para um tipo de maligno com difícil tratamento.

— Aqui em Divinópolis não consegui tratamento pelo SUS, pois a quimioterapia que eu precisava na época era somente pelo particular. Fui morar em São Paulo e lá me tratei — afirmou.

Mais detalhes

Um erro médico esvaziou a mama de Ana Carolina, mas não retirou o câncer. Aflita, ela voltou para Minas Gerais e fez uma vaquinha online para custear a quimioterapia. Cada aplicação tinha custo de R$ 27 mil.

49 sessões de quimioterapia, 25 de radioterapia, 5 cirurgias e milhares de exames não abalaram a força de vontade da mulher. Em novembro de 2022, o tão sonhado diagnóstico apareceu. Ana Carolina Ferreira escutou da oncologista que estava curada. Hoje, ela controla a doença com medicamentos.

Motivação

Ana Carolina destaca a importância de cuidar do corpo e perceber os sinais importantes que podem anteceder problemas. Mesmo sabendo que era difícil ser curada, ela nunca se deixou abater. 

— Eu nunca desisti e hoje tenho uma frase que sempre digo: caso descubra que está com câncer,  não comece a morrer no diagnóstico, lute e acredite na cura. Ela existe. Eu sou a prova disso — acrescenta.

Hoje, a sobrevivente vive uma vida normal. Tem uma loja de eletrônicos, trabalha com vendas de antiguidades, dá assessoria para faculdade EAD, presta serviço fiscal de sua empresa e ainda pratica esportes. Na última semana, participou de uma corrida e se sentiu orgulhosa do resultado. 

Outubro Rosa 

O Outubro Rosa é um movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, criado no início da década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure.

A data tem o objetivo de compartilhar informações e promover a conscientização sobre a doença, além de proporcionar maior acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da mortalidade.

O período é marcado por diversas atividades alusivas, como iluminação de prédios públicos com luzes de cor rosa; promoção de palestras, eventos e atividades educativas; veiculação de campanhas de mídia e disponibilização à população de informações em banners, etc.

O slogan do Instituto Nacional de Câncer (INCA) deste ano é: Eu cuido da minha saúde todos os dias. E você?

Câncer de mama

O câncer de mama é o tipo que mais acomete mulheres em todo o mundo. Cerca de 2 milhões de novos casos são registrados anualmente. A média do Brasil está na casa de 60 mil casos por ano. É o tipo que ocupa a primeira posição em mortalidade de câncer. As maiores taxas de incidência estão nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Os principais sinais e sintomas suspeitos de câncer de mama são: caroço (nódulo), geralmente endurecido, fixo e indolor; pele da mama avermelhada ou parecida com casca de laranja, alterações no bico do peito (mamilo) e saída espontânea de líquido de um dos mamilos. Também podem aparecer pequenos nódulos no pescoço ou na região embaixo dos braços (axilas).

Diversos fatores estão relacionados ao desenvolvimento da doença entre as mulheres, como: envelhecimento, determinantes relacionados à vida reprodutiva da mulher, histórico familiar de câncer de mama, consumo de álcool, excesso de peso, atividade física insuficiente e exposição à radiação.

 

 

 

 

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