Perguntas sem respostas

Perguntas sem respostas

Se as últimas semanas foram bastante movimentadas na política divinopolitana, por causa das oitivas da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada para investigar supostas compras superfaturadas na Secretaria Municipal de Educação (Semed), esta, apesar de curta, por causa do feriado de Corpus Christi, também tem tudo para ser marcada por polêmicas. O motivo? Tramita na Câmara o Projeto de Lei Ordinária do Legislativo Municipal (PLCM) Nº 088/2022, de autoria da vereadora Lohanna França (PV), que dispõe sobre Política Municipal de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queer, Pessoas Intersexo e Assexuadas (LGBTQIA+). Em resumo, a proposta cria ações para evitar a discriminação desse público nos espaços e no atendimento dos serviços públicos de Saúde. Porém, como toda a sociedade de Divinópolis está careca de saber, a pauta é delicada e, se tratando da forma de pensar de vereadores (cada uma tem a sua, óbvio, e deve ser respeitado), podem pegar o balde de pipoca e sentar, porque lá vem espetáculo. 

Sem entrar no mérito da questão, a verdade é que, claro, com as discussões nesse sentido - troca de farpas, resume melhor -, a reunião ordinária de hoje promete. Ainda mais que a CPI da Educação teve suas oitivas suspensas para análises de documentos na última semana, certamente ficará em segundo plano. Afinal, como todos já sabem também, esse era o assunto mais comentado e abordado do último mês, seja na Casa Legislativa, nas redes sociais, nas ruas… Com o depoimento mais esperado, o da vice-prefeita e secretária de governo, Janete Aparecida, na última semana, a CPI ganhou todos os holofotes, mas, pelo visto, só até o próprio dia ou, no máximo, na manhã seguinte.  E a pergunta para todos os depoimentos foi: quem comprou os materiais? Enquanto essa pergunta continua sem resposta e se vai terminar em pizza não foi feita, o projeto de lei de Lohanna França, ocupará o “lugar” da CPI? Tais questionamentos devem ser feitos, sim, pelo povo, pois se tem uma coisa que a política local, no caso as legislaturas, é especialista é em dar show na Câmara e apontar problemas, mas nunca trazer soluções. E, claro, em proporcionar espetáculos nas redes sociais, onde já se vê manifestações acerca da proposta. 

Talvez as questões que envolvam as situações são: o projeto da vereadora é necessário? Sim! Os vereadores  vão aceitar discuti-lo? Alguns, absolutamente não! Vai ter parlamentar que pegará pesado, sim! A CPI da Educação será o assunto do dia? Com certeza sim! E é justamente nesse ponto que mais uma vez é necessário ressaltar a importância de a população cobrar, e saber como fazê-la cobrar, pois, como já foi dito inúmeras vezes, está mais do que provado que show em rede social e falta de preparo e técnica para discutir assuntos relevantes para uma cidade caminham juntos. E essa separação precisa ser feita o mais rápido possível, antes que o cochilo se torne sono profundo e, quando se acordar, seja tarde demais. 

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