Para escanteio?

Preto no Branco

O deputado estadual Cleitinho Azevedo (PSC) ratificou em vídeo, nesta segunda-feira, o que já havia dito ao Agora em duas entrevistas, de que não será candidato ao Senado só se morrer. E, em tom de indignação, afirmou que: ou sai ao Senado ou a nada. Negou que esteja sendo 'jogado para escanteio' pelo seu partido e classificou de 'especulação' a tese de que a legenda estaria negociando apoio à chapa do governador Romeu Zema (Novo) em troca da sua desistência de disputar uma cadeira no Senado. As respostas taxativas vieram depois de  conversas no fim da última semana se estenderem até o domingo, dando conta de que sua legenda fecharia acordo com a chapa de Zema, mas, em troca, ele abandonaria sua atual pré-candidatura pela de deputado federal. Se é verdade ou não, as especulações surgiram e a próxima sexta-feira, 5, dia da convenção do PSC, dará fim a este mistério. Não por acaso, o partido deixou para o último dia. 

Medo?

Ao dizer que osistema político é 'nojento' e 'covarde', Cleitinho afirma que é deste meio que saiu essa 'especulação'. Aponta o medo do seu  desempenho nas pesquisas como responsável por estas "invenções". Apesar de Cleitinho não acreditar, a última pesquisa DATATEMPO mostrou que ele é o segundo colocado na pesquisa estimulada para  a corrida ao Senado. Quem lidera, conforme o levantamento, é o deputado federal Aécio Neves (PSDB). Após a divulgação, Cleitinho até chamou, em vídeo, Aécio para um debate. Há quem diga que o tucano também desistirá da sua intenção na última hora. Resta saber quem pula fora primeiro, visto que tem pelo menos mais dois nomes na jogada. 

Dinheiro vivo

Ah, as declarações de renda. Todo ano de eleições é também de piadas. E elas se intensificam logo após as convenções, quando os candidatos começam a revelar quanto tem nas contas bancárias. Nesse engodo, os primeiros políticos que pediram registro de candidatura ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declararam, juntos, ter mais de R$ 5,6 milhões em dinheiro em espécie, em moeda nacional e estrangeira. Dos 757 candidatos registrados até a última sexta, na Corte, 78 disseram ter quantias em dinheiro vivo. Desses, 28 têm ao menos R$ 50 mil em cédulas. O resultado ainda parcial do registro de candidaturas mostra que o patrimônio desses políticos é de R$ 668,5 milhões em bens, entre imóveis, automóveis, aeronaves e participação em empresas. Se esse montante declarado já é uma fortuna, imagine o não informado. Ainda mais que a Justiça Eleitoral não submete o patrimônio apresentado por candidatos à averiguação. "Nadam de braçada".

Dez vezes maior 

Na lista dos que inauguraram o registro de candidatura neste ano, o que apresentou o maior patrimônio em espécie foi o vereador do Rio de Janeiro Luciano Vieira (PL), que tentará uma vaga de deputado federal: R$ 1 milhão. Quando se elegeu para a Câmara Municipal, em 2020, declarou R$ 770,2 mil, no somatório de todas as posses. Agora, os bens declarados pelo vereador somam R$ 7,6 milhões. Um aumento de cerca de dez vezes em apenas dois anos. Acréscimo que um trabalhador comum não conseguiria nem na vida toda de labuta. O que explica a fome pelo poder da maioria. 

Ô coitado!

Os montantes em espécie declarados variam de R$ 1 milhão a R$ 40. O candidato que declarou ter R$ 40 é o advogado Edney Duarte Jr. (Novo), que pretende concorrer a uma cadeira na Assembleia paulista. Digno de dó, se de fato, fosse isso mesmo. Nos ajuda aí!

“Além da Notícia”

Márcio Almeida estreia nova coluna no Agora, desta vez em vídeo. O professor e jornalista vai traduzir em linguagem acessível os principais fatos da vida pública. O público do Agora ganha um novo serviço a partir desta semana, com a estreia da coluna de análise “Além da Notícia”. Ela será apresentada no Facebook, WhatsApp e Instagram em vídeos de um minuto postados às segundas, quartas e sextas-feiras, sempre às 10 horas. Então, não perca. A estreia é na sexta. 

 

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